Que a presença dos animais transmite sentimentos positivos não é segredo. E quando a esperança caminha junto, é ainda melhor.
Há pouco mais de dois meses internado no Hospital Regional (HR) de Presidente Prudente (SP), tratando uma leucemia, Tayron Kauã Soares Ribeiro, de 20 anos, recebeu uma surpresa: o reencontro com seu companheiro há três anos, o shih tzu Lionel Messi.
Desde a internação, em 28 de julho, a rotina de Tayron mudou. A distância do fiel companheiro de quatro patas o deixava desanimado. “Passei dois meses longe do Lionel Messi e estava triste, pois dormia com ele todos os dias. Então falei sobre isso e a equipe tornou possível a surpresa”, contou.
A mãe dele, Joice Luzia Pereira Soares, reforçou a mudança: “Existe um Tayron antes da visita e um novo Tayron depois dela. Ele está mais feliz e motivado”.
Tratamento e humanização
Tayron foi diagnosticado com leucemia mieloide aguda e está em tratamento na unidade hospitalar.
“Estou internado desde o dia 28 de julho e passei algumas semanas na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Agora realizo as últimas sessões de quimioterapia para poder ser submetido ao transplante”, explicou.
O exame de compatibilidade de medula óssea apontou três possíveis doadores: a mãe, o pai e a irmã. “Ela [a irmã] será a doadora”, completou.
A psicóloga do HR, Gabriella Carvalho, que organizou a visita, lembrou que o paciente manifestou o desejo de encontrar o animal. Como não havia impedimentos, a equipe de psicologia, enfermagem e familiares definiram as condições adequadas para o encontro.
“Como psicóloga hospitalar, percebo o quanto a visita do Lionel significou para o Tayron, devido à longa permanência hospitalar, e como repercutiu positivamente na sua condição emocional”, afirmou.
Ela destacou que, em pacientes de internação prolongada, é visível o processo de despersonalização — como a perda da rotina, do papel social e do convívio com pessoas importantes.
“Quanto mais aproximamos elementos externos ao contexto hospitalar, maior o benefício de humanização no tratamento, auxiliando no enfrentamento do adoecimento”, acrescentou.
A ação envolveu equipes médicas, de psicologia, enfermagem, humanização, imprensa e o Serviço de Controle de Infecção Relacionada à Assistência à Saúde (SCIRAS).
Fonte: G1