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AMOR PROFUNDO

Jovem caminha com cadela no colo por 20 km em meio à neve para fugir da Ucrânia

2 de março de 2022
Bruna Araújo | Redação ANDA
4 min. de leitura
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Foto: Índia Express

A jovem universitária Arya Aldrin se recusou a deixar a Ucrânia sem a sua cadelinha de apenas cinco meses, Zaira. Ela é natural de Kerala, na Índia, e é estudante da National Pirogov Memorial Medical University. Assim como outros universitários, ela foi pega de surpresa pelos ataques russos e teve tempo apenas de colocar poucas roupas em uma mala e pegar Zaira. Arya caminhou por cerca de 20 quilômetros até chegar à fronteira da Romênia, onde aguarda por um voo com destino à Índia.

A estudante e a cachorrinha, que foi transportada no colo, caminharam por dois dias inteiros em meio a neve a ao intenso frio do inverno ucraniano. “Zaira e eu estamos cansada da longa jornada e das temperaturas congelantes, mas estamos bem e recebendo cuidados no aeroporto. Assim que chegamos fomos recebidos com água e alimentos. Zaira passará por uma avaliação veterinária e ainda não é certo se deixarão embarcar, mas estamos em segurança”, disse.

Foto: Índia Express

Arya precisou abandonar a pouca bagagem que levava por conta do peso da cadela, que é uma husky siberano. Ela está muito preocupada com o destino da cadela. “Eu sacrifiquei muito para trazê-la (Zaira) junto comigo. Depois de passar por tantas dificuldades, se eu não puder levá-la no voo comigo, todos os meus esforços serão em vão. Então, por favor, todos vocês, rezem por nós”, disse, temendo que o governo indiano barre a entrada de Zaira no país.

A história de Arya está se tornando viral e inspirando pessoas em todo o mundo, como um verdadeiro exemplo de amor, compaixão e responsabilidade. O ministro da Educação de Kerala, V Sivankutty, elogiou a estudante em um post no Facebook, afirmando: “Sem abandonar seu cachorro deoméstico, Arya, natural de Vandiperiyar, está a caminho da Índia depois de fugir de um país devastado pela guerra. Nasce do amor e o mundo se beneficia desse amor”.

Índia cede a pressões

O governo indiano anunciou que, em caráter de exceção, afrouxará normas e abrirá fronteiras para a entrada de refugiados com os seus animais domésticos. A decisão foi tomada após uma forte pressão feita pela organização em defesa dos direitos animais PETA, que acompanha o caso do estudante Rishabh Kaushik, um jovem indiano que pede ajuda para deixar a Ucrânia na companhia do seu cãozinho.

O universitário postou um vídeo nas redes sociais afirmando que estava tentando contato com autoridades do país natal para conseguir atravessar as fronteiras da Índia com o seu cão, Malibu, mas estava sendo impedido por não ter a documentação obrigatória, que consiste em comprovantes de vacina atualizados e exames veterinários que atestam a ausência de doenças infectocontagiosas.

Uma nota emitida pela PETA esclarece que em tempos de paz não é possível atravessar a fronteira dos países na companhia de animais sem essas documentações, mas o momento é de urgência. “Estamos extremamente gratos ao governo indiano por esta decisão compassiva de incluir animais domésticos no processo de evacuação”, celebrou a organozação.

Foto: Rishabh Kaushik | Arquivo pessoal

Além da Índia, República Tcheca, Lituânia, Polônia, Romênia, Hungria e Eslováquia também abriram suas fronteiras para acolher tutores e animais. Há uma grande expectativa que a UE e o Reino Unido também anunciem permissões no mesmo sentido nas próximas horas. “Separar os companheiros animais de seus tutores é outra tragédia para aqueles que fogem desesperadamente da Ucrânia”.

O governo indiano afirma que os animais que entrarem no país com refugiados ucranianos passarão por um período de quarentena de 15 a 30 dias enquanto autoridades veterinárias do país realizarão exames para garantir se os animais estão saudáveis. Rishabh foi de trem até a Hungria e de lá pegará um voo direto para a Índia junto com Malibu.

Entenda

O jovem estudante indiano Rishabh Kaushik, que atualmente vive na Ucrânia, está fazendo um apelo ao presidente do seu país natal, Ram Nath Kovind, para que ele consiga retornar para a casa da família na companhia do seu cãozinho. Ele conseguiu o apoio da PETA, que enviou uma carta ao Ministro das Pescas, Animal Pecuária e Laticínios, Parshottam Rupala, pedindo a flexbilização da entrada de animais sem exames veterinário no país atendendo a um momento de urgência internacional.

Indinados que vivem na Ucrânia não podem entrar no país asiático porque há um forte controle de entrada de animais na fronteira. O governo indiano se recusa a responder aos apelos. “Separar os companheiros animais de seus tutores é outra tragédia para aqueles que fogem desesperadamente da Ucrânia, e isso só resultará em mais desgosto e perda desnecessária de vidas”, disse a PETA em um comunicado.

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