O ex-presidente do Uruguai José “Pepe” Mujica, que faleceu nesta terça-feira (13/05) aos 89 anos, expressou o desejo de ser cremado e ter suas cinzas depositadas ao lado da cachorrinha Manuela, sua companheira de três patas que morreu em 2018. O local escolhido foi sob uma árvore sequoia em sua propriedade rural em Rincón del Cerro, nos arredores de Montevidéu, onde os dois repousarão juntos.
Manuela era muito especial na vida pública e privada de Mujica. A cachorrinha, que perdeu uma das patas em um acidente com um trator dirigido pelo próprio ex-presidente, tornou-se símbolo de lealdade e resiliência, acompanhando o homem por 22 anos — inclusive durante seu mandato presidencial (2010-2015).
Sempre presente em entrevistas e eventos oficiais, Manuela ganhou fama internacional, inspirando até mesmo memes que brincavam com sua generosidade, dizendo que ela “doava 90% da ração” para outros animais, em alusão ao hábito de Mujica de doar grande parte de seu salário. Em 2015, ele declarou à BBC que ela havia sido “a integrante mais leal” de seu governo.
Sua chácara era um refúgio para animais — repleta de cães, gatos e galinhas —, refletindo seu profundo afeto por eles. “Quanto mais conheço os humanos, mais amo os cães”, disse certa vez o ex-presidente, cuja simplicidade e conexão com a natureza marcaram sua trajetória.
Com a morte de Manuela em 2018, Mujica garantiu que ela fosse enterrada em um local especial de sua propriedade. Agora, ele se reunirá a ela em sua última morada, deixando como legado não só suas políticas progressistas, mas também um testemunho de amor aos animais e à vida simples.