A cidade de João Pessoa, na Paraíba, dá um passo significativo para se tornar um local livre da exploração de burros, cavalos e jumentos. A Secretaria Municipal de Cuidado e Proteção Animal (Secupa) confirmou que as carroças puxadas por animais serão gradualmente substituídas por triciclos elétricos.
Enquanto a transição não é concluída, a Secupa intensifica a fiscalização das carroças ainda em circulação, garantindo que os animais não sofram maus-tratos. “O compromisso é com o bem-estar do animal, enquanto não há a substituição”, afirmou Jefferson Coutinho, diretor de Saúde Animal da Secupa. Segundo ele, além da preocupação com os animais, as carroças também impactam o trânsito urbano.
A medida reflete uma crescente conscientização sobre os direitos animais, reconhecendo que a tração animal é uma forma de trabalho escravo, que expõe seres sencientes a exaustão, lesões e abandono.
Apesar da urgência, a transição ainda não tem data definida devido à necessidade de garantir sustento aos carroceiros. Paulo César Ramos, presidente da Associação dos Carroceiros, afirmou que os 221 associados estão abertos ao diálogo, mas aguardam a chegada dos triciclos elétricos – que começaram a ser distribuídos em fevereiro de 2024 como alternativa sustentável e eficiente.
O projeto é uma vitória para os animais, que deixarão de ser vistos como puxadores de carga. A mudança reforça que progresso urbano deve andar lado a lado com compaixão, encerrando ciclos de sofrimento e abrindo caminho para uma João Pessoa verdadeiramente inclusiva – para humanos e não humanos.
A proibição das carroças não é apenas uma questão de trânsito ou economia, mas um dever moral. Animais não são recursos, e sim indivíduos com direito à liberdade. João Pessoa sinaliza que, em uma sociedade justa, nenhum animal deve ser sacrificado pelo trabalho humano.