Com apenas duas semanas de vida, Tomás viveu uma realidade pela qual nenhum bebé deveria ter de passar, independentemente da espécie. O javali foi encontrado no campo por um casal que passeava, sozinho e com a cabeça severamente baleada. Felizmente, resistiu e conseguiu sobreviver, e hoje vive no santuário Animais Sem Fronteiras, em Alcochete, onde conheceu Flor, a sua melhor amiga.

Marina de Praetere, fundadora do santuário, conta à PiT que o javali foi resgatado pelo casal e levado por eles para o santuário. “Apareceu aqui com a cabeça toda baleada, quase, quase morto. Tinha a face totalmente destruída e pouca hipótese de sobreviver”, explica. O tratamento do javali foi possível graças à SOS Animal, uma associação de proteção animal, que foi contactada pelo casal e que aceitou encarregar-se da recuperação de Tomás. “Esteve internado quase dois meses, esteve mesmo muito mal, e teve de passar por tratamentos muito exigentes”, incluindo várias cirurgias, conta a fundadora. Depois de dois meses de recuperação, o javali teve alta e regressou ao santuário, onde “foi crescendo”.

Com menos de 3 meses e ainda sem estar totalmente recuperado, Tomás tinha já enfrentado a morte. Depois disso, a adaptação à nova casa também não foi fácil. Apesar de ter vários amigos suínos, Tomás “sentia-se sozinho e andava deprimido”, conta Marina de Praetere. Felizmente, pouco tempo depois da sua entrada no santuário, o espaço recebeu a pequena Flor, uma cabra anã que foi entregue ao Animais sem Fronteiras pelos tutores que a tinham adotado, mas que “deixaram de ter condições para a ter em casa”.

Tomás e Flor desenvolveram uma relação muito próxima, por iniciativa da cabra, que “sentiu que Tomás não estava bem.” “A Flor acolheu o Tomás e passaram a andar sempre juntos até à total recuperação do Tomás”.