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INCLUSÃO

Japão reinventa feriado tradicional infantil para acolher animais domésticos

Segundo o NYT, tutores visitam santuários xintoístas em busca de bênçãos para proteger seus animais contra acidentes e doenças

9 de dezembro de 2025
Raissa Neves
2 min. de leitura
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Foto: Reprodução

O tradicional festival infantil japonês Shichi-Go-San está sendo repaginado para incluir animais domésticos, que agora recebem bênçãos especiais e até acessórios como perucas, amuletos e até quimonos feitos sob medida.

O jornal norte-americano The New York Times revelou que a celebração tinha como principal objetivo marcar o crescimento saudável e a boa sorte de crianças de três, cinco e sete anos – essas idades, aliás, são o nome oficial do feriado, mas em sentido invertido, pois Shichi-Go-San significa 7-5-3 em japonês.

Porém, com a diminuição do número de crianças no país, os santuários xintoístas perderam parte do público e os animais domésticos passaram a preencher essa lacuna, ajudando a atrair novos frequentadores.

Os serviços religiosos dedicados aos animais domésticos oferecem protegê-los contra acidentes e doenças. Um folheto distribuído em uma província de Fukuoka, no oeste do país trazia mensagens como “reze pelo seu animal doméstico!” e “reze pelo crescimento dele!”

Durante o ritual de purificação, o sacerdote agita uma varinha de madeira e espalha pedaços de papel branco sobre os animais domésticos, concedendo-lhes uma benção. Em seguida, os tutores escrevem orações em amuletos de madeira, que logo são pendurados ao lado da entrada.

O mercado de produtos para animais domésticos no Japão cresceu cerca de um quinto desde 2019. No santuário xionista Ichigaya Kamegaoka, é cobrado um valor em ienes similar a aproximadamente R$ 173,57 para realizar uma cerimônia destinada aos animais, sendo a mesma taxa cobrada para crianças.

Sobre o festival

O festival celebrado pelos japoneses surgiu como uma forma das famílias nobres celebrarem os aniversários importantes de seus filhos, especialmente no período Heian, entre 794 e 1185, quando a taxa de mortalidade infantil era alta.

Portanto, os familiares vão até os santuários para expressar gratidão aos deuses pela proteção de seus filhos e para rezar por vidas saudáveis.

Os rituais seguem padrões específicos. Meninos e meninas de três anos deixam o cabelo crescer pela primeira vez, já que, no Japão antigo, suas cabeças eram mantidas raspadas até essa idade.

Meninos de cinco anos vestem um haori, e uma hakama, tradicionais vestimentas japonesas, que anteriormente eram usadas por samurais.

Já meninas de sete anos, usam véu japonês sobre um quimono. As crianças possuem um banquete com o chitose ame, um doce doce comprido rosa que simboliza longevidade.

Fonte: Opera Mundi

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