Por Raquel Soldera (da Redação)
O Mercado Atacadista Metropolitano Central do Japão anunciou recentemente que o mercado de peixe Tsukiji irá barrar todos os turistas na área de leilão de atum, do dia 1 dezembro de 2010 a 22 janeiro de 2011, assegurando que as atividades de leilão serão realizadas normalmente.
De acordo com funcionários do mercado, a medida foi adotada porque as fotografias com flash, tiradas por alguns turistas, incomodam os intermediários da venda de atum e haverá uma maior aglomeração na área próximo ao Ano Novo, devido a um aumento nas operações de comércio de atum.
No entanto, os turistas poderão visitar normalmente os restaurantes da área.
Na realidade, as autoridades japonesas de pesca estão preocupadas que as fotos de milhares de transações de atum-azul ilustrem o quão grande é realmente a exploração do comércio destes peixes.
O atum-azul enfrenta atualmente a caça e a pesca extrema, e as populações têm diminuído em pelo menos 85% desde que a pesca industrial começou. Altas cotas do atum-azul são fixadas pela Comissão Internacional para Conservação do Atum do Atlântico (ICCAT), de 13.500 toneladas, mas, na realidade, mais de 60.000 toneladas de atum-azul são mortos a cada ano. Além disso, surpreendentemente, a Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies Ameaçadas da Fauna e da Flora (CITES) recentemente não incluiu o atum rabilho como uma das espécies protegidas. A decisão ocorreu depois que o Japão, Canadá e uma variedade de nações de grande importância econômica contestaram a medida.
O atum-azul do Atlântico é um dos maiores e mais rápidos peixes do mundo. É também uma espécie de crescimento lento e de longa vida, tornando a atual crise causada pela pesca mais grave não só para o atum, mas para os ecossistemas do oceano em que vivem.
Devido à ação do ser humano, o atum-azul está caminhando para a extinção, e isso se traduz em aumento da demanda do peixe no Japão. É revoltante que não há um único governo no mundo fazendo algo sobre a continuidade do comércio de atum-azul e sua consequente extinção.