O primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, declarou que “aumentará os esforços” para retomar a caça comercial de baleias na Antártica, mesmo após a Corte Internacional de Justiça (CIJ) ter decretado a proibição desta atividade.
“Com este objetivo, aumentarei os esforços para conseguir o entendimento da comunidade internacional”, disse o primeiro-ministro do Japão, que também lamentou o fato de outros países “não entender uma parte da cultura japonesa”.
Abe insistiu sobre o “respeito” e o “apreço” que essas localidades japonesas que praticam esta pesca tradicional têm pelas baleias e, desta forma, rejeitou a “percepção exterior” que qualifica a caça destes mamíferos como um ato “sem piedade”.
O Japão cancelou sua campanha de pesca no Antártico, após o CIJ anunciar sua decisão no último mês de março, e decidiu reduzir sua cota no Pacífico norte para 210 capturas durante o ano em exercício, 170 a menos que na temporada anterior.
A decisão do tribunal de Haia não afeta seu outro programa científico no Pacífico Norte e nem as pescas comerciais que o Japão realiza em suas costas.
A decisão do CIJ e as críticas da comunidade internacional elevaram a pressão para que o Japão pusesse fim também a caça de baleias no Pacífico Norte, que, segundo Tóquio, possui fins científicos.
O ministro japonês de Agricultura e Pesca, Yoshimasa Hayashi, já anunciou sua intenção “redesenhar” o programa científico de pesca de baleias na Antártida para 2015, e protagonizou várias iniciativas em defesa da pesca comercial.
Em um discurso perante o citado Comitê do parlamento japonês, realizado antes do pronunciamento do primeiro-ministro, Hayashi afirmou que, apesar desta atividade ter sido proibida no Antártico, a venda de carne de baleia “não viola a lei internacional ou doméstica em nenhum modo”.
O ministro promoveu a organização “da semana da baleia”, em andamento atualmente, para promover o consumo da carne do mamífero como parte da cultura culinária japonesa.
De acordo com uma pesquisa realizada pelo jornal “Asahi”, 60% dos japoneses acreditam que o país deveria manter seu programa científico de pesca de baleias apesar da sentença da CIJ, sendo que 48% admitiu ter comido a carne deste mamífero pelo menos alguma vez.
Fonte: Exame