EnglishEspañolPortuguês

RETROCESSO

Japão anuncia que expandirá lista de espécie de baleias para caça comercial

1 de agosto de 2024
Redação ANDA
2 min. de leitura
A-
A+
Foto: Francois Gohier/VWPics/Alamy

O governo australiano expressou “profunda decepção” com a decisão do Japão de adicionar a baleia-comum, a segunda maior espécie de baleia do mundo, à lista de espécies alvo da caça comercial.

Tanya Plibersek, ministra do Meio Ambiente, criticou a decisão do Japão de caçar baleias-comuns, classificadas como vulneráveis. O governo japonês anunciou esta semana que permitirá a captura de até 59 baleias-comuns em sua zona econômica exclusiva.

A operação do novo navio baleeiro japonês, o Kangei Maru, está gerando especulações de que o Japão pode retornar à caça de baleias no Oceano Antártico. O Kangei Maru, um navio de US$ 47 milhões, está sendo preparado para sua caça inaugural e possui um convés capaz de transportar baleias de até 25 metros de comprimento.

“A Austrália está profundamente decepcionada com a decisão do Japão de expandir seu programa comercial de caça às baleias adicionando baleias-comuns”, disse Plibersek. Ela reforçou a oposição da Austrália à caça comercial de baleias e pediu o fim dessa prática por todos os países.

O Japão deixou a Comissão Baleeira Internacional (CBI) em 2019, após anos de caça às baleias sob a justificativa de pesquisa científica, uma prática contestada por conservacionistas. Além das baleias-comuns, o Japão já caça baleias de bryde, minke e sei. Embora a população de baleias-comuns esteja aumentando, elas ainda são consideradas vulneráveis pela União Internacional para a Conservação da Natureza.

Plibersek destacou que os esforços da Austrália através da CBI contribuíram para um Oceano Antártico livre de caça às baleias e uma redução na caça comercial em todo o mundo. Ela reafirmou o compromisso da Austrália com a proteção das baleias e a saúde dos oceanos para as futuras gerações.

Darren Kindleysides, presidente executivo da Sociedade Australiana de Conservação Marinha, classificou a caça às baleias como “desumana, cruel e desnecessária” e elogiou a firme posição da ministra Plibersek. Ele ressaltou a longa tradição bipartidária da Austrália de oposição à caça comercial de baleias e espera que o país mantenha uma postura firme na próxima reunião da CBI no Peru.

Desde 1986, a CBI mantém uma moratória global sobre a caça comercial de baleias. Apesar disso, Noruega e Islândia continuam a caçar sob brechas nas regras. Algumas baleias também são capturadas sob as regras da CBI que permitem caça indígena e de subsistência.

Kindleysides enfatizou que as grandes baleias do mundo ainda enfrentam populações ameaçadas e destacou a importância de proteger espécies como a baleia-comum, cujo número foi severamente reduzido pela caça nos séculos 18 e 19. Ele também mencionou a indústria de observação de baleias, que se tornou uma atividade multimilionária graças à recuperação das baleias jubarte.

    Você viu?

    Ir para o topo