O mundo acaba de vivenciar o janeiro mais quente já registrado, marcando o primeiro período de 12 meses em que as temperaturas ficaram em média mais de 1,5°C acima dos tempos pré-industriais, informou nesta quinta-feira (8) o serviço de monitoramento de mudanças climáticas da União Europeia.
O ano de 2023 já foi o mais quente do Planeta nos registros globais que remontam a 1850, à medida em que as mudanças climáticas causadas pelo homem e o El Niño, o padrão climático que aquece as águas superficiais no leste do Oceano Pacífico, aumentaram as temperaturas.
“É um marco significativo ver a temperatura média global durante um período de 12 meses exceder 1,5ºC acima das temperaturas pré-industriais pela primeira vez”, disse Matt Patterson, físico atmosférico da Universidade de Oxford, à Reuters.
O anterior janeiro mais quente foi em 2020, de acordo com os registros do Serviço de Alterações Climáticas Copernicus (C3S), que remontam a 1950.
Os países concordaram, nas conversações climáticas das Nações Unidas em Paris, em 2015, em manter o aquecimento global abaixo dos 2ºC e pretendem limitá-lo a 1,5ºC, um nível considerado crucial para prevenir as consequências mais graves da crise do clima. O primeiro período de 12 meses em que a temperatura ultrapassou os 1,5ºC ainda não significa que o limite de Paris tenha sido alcançado, uma vez que o acordo da ONU se refere a uma temperatura global média ao longo de décadas.
Alguns cientistas, no entanto, afirmaram que o limite de 1,5ºC já não pode ser alcançado de forma realista e instaram os governos a agir mais rapidamente para reduzir as emissões de CO2 e limitar a quantidade de ultrapassagem do objetivo.
2024 poderá ser ainda mais quente?
Todos os meses desde junho de 2023 foram os mais quentes já registrados no mundo, em comparação com o mês correspondente dos anos anteriores. Cientistas dos EUA disseram que 2024 tem uma chance em três de ser ainda mais quente do que no ano passado e 99% de chance de ficar entre os cinco anos mais quentes.
O El Niño começou a enfraquecer no mês passado e os cientistas indicaram que ele poderia mudar para o equivalente mais frio do La Niña ainda este ano. Ainda assim, as temperaturas médias globais da superfície do mar no mês passado foram as mais altas de qualquer janeiro já registrado. Embora seja inverno no hemisfério norte, em partes da América do Sul, onde ocorre o verão do hemisfério sul, as temperaturas estão novamente elevadas.
A Argentina sofreu uma onda de calor entre 21 e 31 de janeiro, enquanto a capital chilena, Santiago, registrou a terceira temperatura mais quente já registrada em 31 de janeiro, ultrapassando os 37ºC. Esse calor no centro do Chile causou incêndios florestais mortais que mataram pelo menos 131 pessoas no início de fevereiro.
Fonte: Um Só Planeta
