Um pequeno animal que mede em média 70 centímetros na fase adulta, com corpo longo, pernas curtas e cabeças redondas e achatadas. Esta descrição parece pertencer às lontras, mas, na verdade, é o conjunto de características do jaguarundi, felino encontrado na América Latina e que foi um dos animais encontrados em uma operação da Polícia Federal contra o tráfico de animais silvestres em Laranjeiras, Zona Sul do Rio de Janeiro.
O gato-mourisco, como também é conhecido, vive em áreas de planície com vegetação densa para se esconder, inclusive em matagais, pântanos e florestas. Eles se alimentam de presas de pequeno porte, incluindo répteis, pássaros, sapos e peixes.
Uma das características mais interessantes sobre a espécie é que ela pode emitir até 13 ruídos diferentes, incluindo ronronar, gritar, assobiar, ganir e um peculiar chilrear, som que se assemelha ao dos pássaros.
Não se sabe exatamente o porquê dos jaguarundis emitirem tantos sons e formas de se comunicar diferentes, devido ao fato do felino ser recluso e raramente visto na natureza. Estes ruídos, de acordo com pesquisadores que os testemunharam em cativeiro, podem ser usados para marcar território, encontrar parceiros e se comunicar.
Apesar do sufixo “jaguar” estar presente em seu nome, o jaguarundi não tem um ancestral comum próximo aos jaguares — ou onças-pintadas, nome em português da espécie. Análises genéticas mostram que o gato-mourisco é mais próximo da onça parda, ou puma, apesar das diferenças físicas.
O jaguarundi divergiu da onça-parda e formou sua própria espécie entre 4 milhões e 7 milhões de anos atrás. No entanto, os jaguarundis são bem menores do que o parente: enquanto a onça-parda pesa de 34 kg a 72 kg, o jaguarundi, varia de 3 kg a 7 kg.
Perigo de extinção
O gato-mourisco é uma das espécies ameaçadas de extinção encontradas na fauna brasileira. O animal consta no Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção, publicado em 2018 pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, vinculada ao Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima.
Segundo a publicação, o jaguarundi é considerado “Vulnerável”, que considera que uma espécie tem chance maior ou igual a 10% de estar extinta em 100 anos, caso não seja preservada.
Fonte: O Globo