Moradores da zona oeste do RJ, com seus crescentes empreendimentos imobiliários, têm se deparado com jacarés. Típicos de áreas alagadas, os répteis resistem às construções nas proximidades das lagoas de Jacarepaguá, Recreio dos Bandeirantes e Barra da Tijuca e se aproximam cada vez mais do asfalto. Segundo especialistas, há cerca de 500 desses animais nessas áreas.
No Canal das Tachas, no Recreio, há inúmeros deles.
Biólogo especialista em jacarés e crocodilos e pesquisador da Uerj, Ricardo Freitas diz que os répteis não oferecem risco a seres humanos, porque eles não fazem parte do cardápio dos animais. Mas é preciso respeitar distância de pelo menos 1,5 metro.
Há 6 anos estudando a região de Jacarepaguá, Ricardo já registrou 320 jacarés, sem relatos de ataques a pessoas. “Em outubro e novembro, eles se reproduzem e, com o espaço das lagoas reduzido, é provável que procurem novos lugares para encontrar fêmea, como o asfalto”, explica o especialista.
Reserva
Todos os jacarés capturados pelo Corpo de Bombeiros e pela Patrulha Ambiental no estado são levados para o Parque Chico Mendes, no Recreio. Veterinários avaliam o estado de saúde dos animais, prestam os primeiros socorros e, após a ‘alta’, devolvem os répteis às lagoas da Zona Oeste.
Os animais ficam, em média, 15 dias no parque. Segundo Denise Monsores, gestora do local, há cerca de 60 jacarés que pertencem ao parque e vivem na Lagoinha das Tachas: “Não chega a dez o número de jacarés que recebemos por ano e todos são devolvidos ao local onde foram resgatados”.
Segundo o coronel Loureiro, do Quartel de Bombeiros da Barra da Tijuca, este ano foram 75 chamadas para captura de animais, cinco deles, jacarés. Ele alerta a população para não tentar contê-los, mas sim, chamar os bombeiros. Para esse tipo de operação, são deslocados seis homens: “É raro o jacaré entrar em casas. Normalmente capturamos na rua”.
Com informações de O Dia