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AGIU POR INSTINTO

Jacaré Alfredo, mascote da Lagoa Central, na cidade de Lagoa Santa (MG), ataca cão e expõe falha na gestão do local

6 de dezembro de 2025
Redação ANDA
3 min. de leitura
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Foto: Reprodução/Redes Sociais/Lucas Gomes

Um cachorro foi atacado por um jacaré na manhã deste sábado (06/12), na Lagoa Central, em Lagoa Santa, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Ele entrou na água para se refrescar quando foi surpreendido pelo réptil, conhecido na cidade como Alfredo. Uma pessoa que passava pelo local registrou a cena em vídeo.

As imagens mostram o cão se aproximando da lagoa de forma tranquila, em busca de alívio para o calor. Em seguida, o jacaré se aproxima por trás e, em poucos segundos, ocorre o ataque. Após ser levado para debaixo d’água, o cachorro consegue retornar à margem pouco tempo depois, visivelmente assustado e ferido.

Segundo relatos nas redes sociais, ele teria corrido em direção a um shopping próximo, onde foi encontrado machucado. Até agora, não há confirmação oficial sobre seu estado de saúde nem informações públicas a respeito de atendimento veterinário. A falta de esclarecimentos aumenta a apreensão e torna urgente uma atualização por parte das autoridades.

A principal preocupação neste momento é o bem-estar do cão: onde ele está, quem assumiu os cuidados e se está recebendo assistência adequada.

Alfredo já foi vítima de violência

O jacaré da espécie jacaré-de-papo-amarelo, vive na Lagoa Central há anos e acabou se tornando um símbolo informal da cidade. Em agosto, ele foi encontrado com dois arpões de pesca cravados no corpo, em um ato de crueldade que mobilizou o Corpo de Bombeiros para um resgate delicado e tratamento posterior.

O ocorrido neste sábado está relacionado a um comportamento instintivo de um animal silvestre em um espaço cada vez mais pressionado pela ação humana, sem estrutura adequada de convivência segura entre pessoas, animais domésticos e fauna local. A lagoa, integrada à rotina da cidade como área de lazer, continua sendo habitat de espécies que seguem seus ciclos naturais.

Quando cães circulam livremente nas margens ou entram na água, ficam expostos a riscos que não têm como dimensionar. Ao mesmo tempo, o jacaré permanece vulnerável à presença constante de pessoas, à curiosidade, a intervenções indevidas e até a ataques diretos, como já ocorreu no passado.

Não há um culpado individual neste cenário, mas sim uma falha coletiva de gestão e prevenção. A ausência de sinalização eficaz, de medidas de contenção, de informação adequada à população e de um plano de manejo consistente cria um ambiente de perigo permanente para todos os seres que compartilham o espaço.

A ANDA reforça a necessidade de ações imediatas e contínuas, como sinalização clara sobre a presença de jacarés, delimitação de áreas de risco, campanhas educativas e criação de estratégias que protejam tanto os animais domésticos quanto a fauna silvestre.
Enquanto essas medidas não são implementadas, o pedido mais urgente é por transparência sobre a situação do cachorro atacado nesta manhã. Sua recuperação e acompanhamento precisam ser tratados como prioridade absoluta, assim como o monitoramento contínuo de Alfredo, respeitando sua condição de animal silvestre em um ambiente pressionado pela urbanização.

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