Em um marco histórico, a Itália aprovou uma alteração na lei orçamentária que prevê o fim da exploração de animas para a extração de peles para a indústria têxtil em todo o país.
O jornal La Stampa de Turim apontou que ainda existem 10 fazendas que realizam esse tipo de exploração formalmente no território italiano, sendo que metade delas já não está mais mantendo animais em cativeiro e registraram uma baixa na produção nos últimos dois anos, devido a pandemia de Covid-19.
A votação do projeto contou com a participação da organização de defesa dos direitos animais Humane Society International Europa (HSI), que apresentou soluções práticas e estratégicas para encerrar essas atividades e converter as explorações de criação de peles em atividades alternativas, que são mais éticas e sustentáveis. A entidade publicou recentemente o relatório, Criação de visons na Itália: Mapeamento e perspectivas futuras.
Embora aguarde a aprovação final do parlamento italiano, a expectativa é que a medida seja aprovada antes do final deste ano, tornando a Itália o 16° país europeu a proibir a exploração de animais para o comércio de peles. O país abriga grifes da alta costura como Valentino, Armani, Gucci, Prada e Versace, que comumente usam produtos advindos do ato cruel de extração de pele animal.
“Essa é uma vitória histórica para a proteção dos animais na Itália”, declarou Martina Pluda, diretora da Humane Society International.
“A HSI está imensamente orgulhosa de que a nossa estratégia de proibição da exploração de animais para a extração de pele tenha desempenhado um papel central no desmantelamento desta indústria cruel e perigosa no nosso país”, explana Marina, “Existem razões muito claras de ordem econômica, ambiental, de saúde pública e, claro, do bem-estar animal para encerrar e proibir as explorações de peles. A votação de hoje reconhece que permitir a criação em massa de animais selvagens para uma moda frívola como essa, representa um risco enorme para os animais e a sociedade como um todo, sendo injustificado a continuidade dessa atividade para atender uma minoria que apoia essa cruel indústria”, completou a diretora.
A proposta da Humane Society para proibir a cultura de peles foi apoiada por Michela Vittoria Brambilla, que além de ativista é membro do parlamento italiano, e iniciou a ação política para implementação da estratégia de repressão a essas atividades, e pela senadora Loredana de Petris, que é a responsável pela apresentação formal da emenda.
Se aprovada, a conjuntura implica a proibição imediata da criação de martas, raposas, cães guaxinins e chinchilas para o uso de pele, e o encerramento total de todas as atividades de exploração até a data de 30 de junho de 2022.