Eu nasci espírita kardecista, por causa da minha família. Desde muito criança já frequentava a “mesa branca” de minha tia Aparecida. Lá ganhei a base da minha formação espiritual. Com palavras, diálogos, orações e conselhos.
Com o tempo a gente aprende a compreender todas as religiões, a buscar em cada uma delas o que ela tem de melhor, de mais construtivo. Mas algumas atitudes tomadas em nome delas são completamente inaceitáveis. É o caso do abuso sexual na igreja católica. E da opressão e do terrorismo praticados em nome do fanatismo muçulmano.
E é inaceitável o que se faz com animais em nome de práticas religiosas. Não admito a tortura de animais em nome dos chamados “cultos afro-brasileiros”. Nem o massacre de carneiros em datas festivas muçulmanas, nem a matança de perus no dia de Ação de Graças nos EUA. Não admito os horrores praticados na Semana Santa na famigerada Farra do Boi, em Santa Catarina. Nem o sacrifício de bovinos praticados por um dos ramos do budismo no Nepal e na Índia.
São tradições religiosas? “Religião” quer dizer “religar”, que é a reconexão com Deus. Cada um interpreta essa palavra como quiser, mas não vejo como esse processo de redenção pode passar pela crueldade contra seres indefesos e pelos rios de sangue derramados em sacrifícios. Todas as religiões devem ser respeitadas. E todas as religiões devem respeitar todas as criaturas.