Daqui a seis meses, o comércio de peles em Israel será oficialmente ilegal. O país é o primeiro do mundo a proibir a venda de peles animais para a indústria da moda. Apesar disso, seu uso será permitido em caso de “pesquisa científica, educação ou instrução e para fins religiosos ou tradição”.
“Usar a pele e os pelos de animais selvagens para a indústria da moda é imoral e certamente desnecessário. Casacos de pele de animais não podem cobrir a indústria de assassinatos brutais que os fabrica. A assinatura desses regulamentos tornará o mercado da moda israelense mais ecologicamente correto e muito mais gentil com os animais”, afirmou a ministra do Meio Ambiente, Gila Gamliel.
Já a fundadora da coalizão internacional pela proibição de uso de pele de animais, International Anti-Fur Coalition (IAFC), reiterou ao site VegNews que, “todos os animais sofrem terrivelmente nas mãos dessa indústria cruel e atrasada. Nada é mais forte do que uma ideia cujo tempo chegou. Matar animais para obter peles deveria se tornar ilegal em todos os lugares – já é hora de governos em todo o mundo proibirem a venda de peles”.
Segundo a ONG Humane Society, em 2018 mais de cem milhões de animais foram mortos em “fazendas de peles”, desenvolvidas para criar e matar animais como coelhos, raposas e visons para servir à demanda da indústria da moda, com a China e a Europa sendo os maiores fornecedores desse tipo de material.
Os animais são eletrocutados, espancados ou têm seus pescoços quebrados após passarem meses confinados em cativeiro, dentro de gaiolas e longe da natureza.
Vários países já baniram esse tipo de fazenda, mas é a primeira vez que um país proíbe que itens como casacos, chapéus, botas e entre outros acessórios que fazem uso de pele animal sejam comercializados. A organização de direitos animais, PETA (Pessoas pelo Tratamento Ético de Animais, em inglês), comemorou a ação tomada por Israel.
“Esta vitória histórica protegerá incontáveis raposas, visons, coelhos e outros animais de serem violentamente mortos por sua pele”, celebrou a organização em um post no Twitter.
Nota da Redação: a ANDA concorda com a proibição do uso de pele de animais pela indústria da moda, que explora e mata milhares de animais para vender peças como casacos e bolsas, mas lamenta que o governo de Israel tenha aberto uma exceção para a pesquisa científica, a educação, a religião e a tradição. Defensora dos direitos animais, a Agência de Notícias de Direitos Animais reforça que não existe justificativa para submeter animais a sofrimento e à morte em quaisquer setores da sociedade.