Medidas adotadas para impedir a propagação da Covid-19 estão deixando animais silvestres livres para circularem em locais que outrora foram seus habitats e hoje são ocupados por seres humanos. Em Pernambuco, capivaras retornaram às margens do rio Capibaribe. Animais adultos e filhotes estão sendo vistos em horários onde as ruas costumavam estar movimentadas pelo tráfego urbano.
Capivaras adoram nadar e passam muito tempo dentro ou próximo à água. A espécie não é incomum no local, mas estes animais costumam esperar a chegada da madrugada para se movimentar com mais segurança. Em Recife, estão sendo registrados bandos de borboletas e grandes cardumes de sardinha na orla da cidade. Uma capivara bebê também foi resgatada em Olinda. A ausência dos seres humanos traz alívio para os animais.
Além do aumento das espécies silvestres em regiões urbanizadas, a Escola Politécnica da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) também identificou que o silêncio ocasionado pela redução da atividades humanas, está tornando os sons da natureza mais evidentes, como o canto dos pássaros. O isolamento humano fez com que os animais se sentissem mais seguros para se comunicarem entre si.
A bióloga Katyucha Von Kossel, do ICMBio, observa que ausência de atividades antrópicas trouxe benefícios para os animais. “O ambiente de modo geral melhora. A gente sabe que menos veículos é menos poluição atmosférica. A presença das pessoas acaba afastando os animais. O atropelamento também, faz com que os animais acabem fugindo das estradas”, disse em entrevista ao portal G1.
Agora, equipes de especialistas estão traçando estratégias para evitar que o fim da quarentena e o retorno das atividades urbanas impacte negativamente os animais que já estão se habituando ao silêncio e a ausência humana.
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