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NECESSIDADES IGNORADAS

Irã estende proibição de passear com cães em espaços públicos

Medida, que já valia em Teerã, capital do país, agora atinge outras cidades, colocando a saúde mental e física de mais animais em risco

9 de junho de 2025
Júlia Zanluchi
2 min. de leitura
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Foto: Vahid Salemi/AP

Autoridades iranianas ampliaram a proibição de passear com cães em espaços públicos, alegando questões de “saúde pública” e “ordem social”, violando um princípio fundamental: o direito dos animais à liberdade e ao bem-estar.

A restrição, que já vigora em Teerã, capital do Irã, desde 2019 e agora se estende a cidades como Ilam, Isfahan e Kerman, limita a liberdade dos animais e afeta a saúde dos tutores.

Para os cães, a privação desses passeios pode levar a problemas comportamentais, como ansiedade e agressividade, além de obesidade e outras doenças relacionadas ao sedentarismo. Cachorros, como seres sencientes, têm necessidades físicas e emocionais que incluem exercício, estimulação mental e interação social — elementos essenciais que os passeios ao ar livre proporcionam.

Além disso, estudos comprovam que passear com cães reduz o estresse, melhora a saúde cardiovascular e fortalece o vínculo entre humanos e animais.

A justificativa religiosa — de que cães seriam “impuros” — e a alegação de que representam uma “influência ocidental” ignoram evidências científicas e o fato de que o convívio com animais é uma prática universal, presente em diversas culturas há milênios. Em vez de proibir, o governo iraniano deveria promover campanhas de conscientização sobre responsabilidades durante os passeios, garantindo que cães e seus tutores tenham direitos respeitados sem prejudicar a comunidade.

Enquanto alguns funcionários afirmam que os passeios com cães “ameaçam a paz pública”, países ao redor do mundo implementam políticas opostas: parques pet-friendly, áreas de lazer para animais e leis que penalizam o abandono e o abuso. A verdadeira ameaça não são os cães, mas a falta de educação e infraestrutura para integrá-los de forma harmoniosa na sociedade.

Se o Irã deseja realmente proteger a “saúde pública”, deveria investir em medidas que beneficiem tanto humanos quanto animais, em vez de criminalizar um ato de cuidado e amor. Proibir passeios é um retrocesso que fere os direitos animais e a liberdade individual de quem escolhe compartilhar sua vida com eles.

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