Autoridades iranianas ampliaram a proibição de passear com cães em espaços públicos, alegando questões de “saúde pública” e “ordem social”, violando um princípio fundamental: o direito dos animais à liberdade e ao bem-estar.
A restrição, que já vigora em Teerã, capital do Irã, desde 2019 e agora se estende a cidades como Ilam, Isfahan e Kerman, limita a liberdade dos animais e afeta a saúde dos tutores.
Para os cães, a privação desses passeios pode levar a problemas comportamentais, como ansiedade e agressividade, além de obesidade e outras doenças relacionadas ao sedentarismo. Cachorros, como seres sencientes, têm necessidades físicas e emocionais que incluem exercício, estimulação mental e interação social — elementos essenciais que os passeios ao ar livre proporcionam.
Além disso, estudos comprovam que passear com cães reduz o estresse, melhora a saúde cardiovascular e fortalece o vínculo entre humanos e animais.
A justificativa religiosa — de que cães seriam “impuros” — e a alegação de que representam uma “influência ocidental” ignoram evidências científicas e o fato de que o convívio com animais é uma prática universal, presente em diversas culturas há milênios. Em vez de proibir, o governo iraniano deveria promover campanhas de conscientização sobre responsabilidades durante os passeios, garantindo que cães e seus tutores tenham direitos respeitados sem prejudicar a comunidade.
Enquanto alguns funcionários afirmam que os passeios com cães “ameaçam a paz pública”, países ao redor do mundo implementam políticas opostas: parques pet-friendly, áreas de lazer para animais e leis que penalizam o abandono e o abuso. A verdadeira ameaça não são os cães, mas a falta de educação e infraestrutura para integrá-los de forma harmoniosa na sociedade.
Se o Irã deseja realmente proteger a “saúde pública”, deveria investir em medidas que beneficiem tanto humanos quanto animais, em vez de criminalizar um ato de cuidado e amor. Proibir passeios é um retrocesso que fere os direitos animais e a liberdade individual de quem escolhe compartilhar sua vida com eles.