Por Giovanna Chinellato (da Redação)
No começo do verão, o Ayatollah Naser Makarem Shirazi liberou um fatwa (lei islâmica) contra cães, dizendo que são “sujos”. Tutores de cães passaram o verão com medo de serem parados pela polícia e multados por levar os cães no carro ou passear com eles em parques.
Segundo a Animals Change, na semana passada, Shirazi piorou a situação para os cães e decretou uma nova lei religiosa que proíbe qualquer anúncio relacionado a animais. Isso inclui também qualquer anúncio de ração, brinquedinhos, acessórios e qualquer produto relacionado a animais de estimação. Então, os iranianos ainda podem tutelar bichos, mas estão sozinhos para encontrar onde comprar coisas para eles, e não podem ser vistos tratando bem seus animais em público.
Existe um debate muito grande sobre a forma como islâmicos tratam seus animais, com algumas pessoas cortando relações com os cães, outras desenvolvendo compaixão para defendê-los, e outras sem saber que lado escolher, às vezes achando que animais deveriam ser explorados para trabalho (guarda, caça, pastoreio) em vez de serem considerados companheiros. Entretanto, cães estão na sociedade iraniana por séculos, com evidência de um relacionamento milenar entre as espécies.
Em relação aos gatos, os ensinamentos islâmicos dizem que eles devem ser mimados e bem tratados; inclusive o profeta Muhammad tinha um felino preferido, chamado Muezza. Mas… com a nova fatwa, nenhum animal deverá ser poupado.
Ao contrário do pronunciamento de 2007 de que ser tutor de um cão é “moralmente depreciante”, cães não estão sendo retirados de seus tutores e trancados em abrigos, ainda. Mas as pessoas estão preocupadas com o futuro de seus companheiros animais. Uma pet shop confirmou que as pessoas continuam adotando cães, mas escolhem os menores… que são mais discretos e, por isso, mais “fáceis de esconder”.