Por Lobo Pasolini (da Redação)
Vídeos investigativos feitos com câmera escondidas em fazendas de exploração de animais, laboratórios científicos, circos etc. são uma parte constante do ativismo vegano porque eles evidenciam para o público o sofrimento dos animais na rotina da exploração. E por trás de cada vídeo existe um investigador que se coloca na linha de frente para poder registrar imagens perturbadoras.
O blog americano Supervegan recentemente entrevistou um investigador vegano que responde pelo codinome de “Mike”. Ele já se infiltrou em fazendas de suínos, de leite e de criação industrial de cães. “Eu queria ver com meus próprios olhos se as coisas realmente eram tão ruins como eu pensava. Infelizmente, elas são”, ele disse. Abaixo estão compiladas algumas das declarações desse ativista vegano que faz um trabalho essencial de documentação dessa deformidade moral que é a exploração de animais.
Qual o trabalho mais recente
“Eu recentemente trabalhei em uma fazenda de suínas que usa grades de gestação, que foram proibidas na Califórnia no ano passado. Durante dois meses, eu era parte de uma equipe responsável por 7.000 porcas grávidas, enclausuradas ombro com ombro em jaulas internas sem espaço algum para se mover. Eu já passei bastante tempo com porcos em santuários – eles são animais brincalhões, dóceis e amigáveis. As porcas nessas grades de gestação são frenéticas, hostis e atacadas por comportamentos compulsivos. Esses lugares simplesmente as enlouquecem.”
O que ele viu de mais chocante
“O sofrimento animal é resultado de negligência e abuso físico também, como as mutilações – isso realmente ficou comigo. Tirar os chifres, os rabos, bicos e castração são procedimentos padrão para a maioria dos animais em fazendas.”
Sobre os trabalhadores nas fazendas de exploração animal
“Toda fazenda sempre emprega uma meia dúzia de psicopatas que abusa os animais por diversão e geralmente a gerência tolera isso. É um problema sério e esses funcionários deveriam ser impedidos de trabalhar com animais e crianças. Por outro lado, muitos dos funcionários são pessoas boas. Eles trabalham duro e ganham muito mal. Alguns deixam claro que as condições das fazendas os perturbam. Em geral, não é uma questão de pessoal, mas sim o modo como esses lugares são concebidos é que os faz tão terríveis. Por exemplo, em uma granja de ovos, um único trabalhador pode ser responsáveis por até 300 mil aves. Como isso pode funcionar? Não pode.”
A inspiração para fazer esse tipo de trabalho
“Curiosidade e até mesmo ceticismo. Eu queria ver se as coisas eram realmente tão ruins. Infelizmente, elas são. Além disso, eu queria ser ativistas pelos direitos animais e eu gosto de ir fundo nas coisas.”