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EGITO

Investigação revela crueldade extrema e abusos contra camelos explorados para transportar turistas

22 de setembro de 2024
4 min. de leitura
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Foto: Reprodução/PETA

Uma investigação revela graves maus-tratos a cavalos e camelos em destinos turísticos famosos do Egito, como as Pirâmides de Gizé. Segundo documentos e imagens obtidos pelo grupo em defesa dos direitos animais People for the Ethical Treatment of Animals (PETA), os animais são rotineiramente espancados, desnutridos e abandonados à própria sorte. As imagens mostram cavalos e camelos exaustos, trabalhando até a morte sob temperaturas de até 35 °C, enquanto os corpos dos que morrem são deixados para apodrecer, servindo de alimento para outros animais.

Cenas registradas no Cairo entre 2023 e 2024 expõem a condição debilitada dos animais, muitos magros, com costelas à mostra, pele manchada e infestados de moscas. Vários são vistos comendo lixo nas ruas, sem qualquer cuidado veterinário, e com feridas abertas que atraem insetos. Mesmo nessas condições, continuam sendo usados para transportar turistas aos principais pontos turísticos, e muitos deles sofrem pelo peso das selas e uso de chicotes.

Segundo a mídia britânica, as investigações apontam que, ao desmaiar, os animais são chicoteados para que voltem ao serviço. Aqueles que não resistem ao esforço excessivo e às más condições são descartados, muitas vezes vendidos a matadouros onde são mortos de forma dolorosa.

Um vídeo obtido pelo grupo mostra camelos com feridas abertas sendo espancados na frente de turistas, enquanto cordas e correntes são amarradas em torno de seus corpos para controle. A crueldade não para quando eles morrem: em matadouros, imagens mostram animais ainda conscientes enquanto sangram até a morte por cortes feitos no pescoço.

Foto: Reprodução/PETA

Além dos maus-tratos diretos, a PETA também documentou tentativas de encobrir esses abusos. Um turista que fotografava os cavalos e camelos foi detido pela polícia a pedido de operadores turísticos. Sua câmera foi confiscada, e ele foi pressionado a apagar as fotos que mostravam o estado dos animais. Apesar de leis mais flexíveis sobre fotografia no Egito, imagens de maus-tratos a animais continuam sendo um tema sensível e reprimido.

Ainda conforme a mídia britânica, o turismo é responsável por cerca de 15% da economia egípcia, e a demanda por passeios históricos incentiva práticas como essas. Embora o governo tenha sido acusado de tentar encobrir os abusos, grupos de direitos humanos pedem aos turistas que evitem qualquer passeio que envolva o uso de animais.

A PETA aponta que o problema está longe de ser isolado. As condições extremas enfrentadas pelos animais são parte de um sistema amplo e arraigado. Camelos são frequentemente deixados ao lado de estradas, feridos ou mortos, enquanto cavalos continuam trabalhando com feridas visíveis e sem qualquer tratamento. Ou seja, a falta de regulamentação adequada piora a situação e permite que os guias explorem os animais sem enfrentar punições.

Diante dessas revelações, a PETA faz um apelo: a conscientização e a rejeição a passeios com animais são essenciais para frear essa crueldade.

Embora o governo egípcio tenha sido criticado por encobrir as práticas abusivas, a mudança depende, em grande parte, dos turistas que optam por apoiar ou não essa indústria.

 

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Fonte: O Globo

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