Um grande número de animais, incluindo 20 tigres, morreram em um zoológico na província chinesa de Anhui após serem mantidos em condições desumanas, revelou uma investigação. A notícia gerou preocupação e indignação generalizada nas mídias sociais chinesas e levou o parque a suspender suas operações por três dias.

O Fuyang Wildlife Park, agora está no centro de uma controvérsia sobre os direitos animais. Relatos sugerem que o parque estava envolvido na criação ilegal de tigres siberianos, uma espécie protegida na China, sem as licenças apropriadas. O zoológico alojou prematuramente animais enquanto ainda estava em construção, em apenas meio ano desde o leilão do terreno, conforme relatado pela revista China Philanthropist.

Em abril de 2018, o zoológico adquiriu 33 tigres siberianos, juntamente com 11 ursos-negros, cinco leões, três camelos e outros tipos de animais selvagens, totalizando 350 mil dólares, sem a infraestrutura necessária para mantê-los.

A situação se deteriorou ainda mais quando a construção foi interrompida devido a conflitos de uso da terra, deixando os animais em um impasse.

A China Philanthropist soube da empresa que havia fornecido os animais para o parque que, desde outubro de 2019, 10 tigres siberianos haviam morrido, juntamente com 10 dos 11 filhotes de tigre nascidos lá, uma girafa adulta, dois filhotes de girafa, dois leões, vários macacos e outros animais menores.

Enquanto estava nas dependências do parque, o repórter testemunhou ursos-negros e tigres presos em gaiolas de ferro apertadas, além de tigres e leões mantidos em salas escuras. Durante a visita de um repórter no último dia 10 de maio, eles relataram ter visto corpos de animais empilhados em uma sala refrigerada e filhotes em um freezer.

Um funcionário do Fuyang Wildlife Park confirmou ao The Paper, veículo de notícias estatal chinês, que muitas das mortes de animais estavam relacionadas às condições inadequadas que eram mantidos.

A revista China Philanthropist divulgou ainda um documento que obteve da Administração Nacional de Florestas e Pradarias da China, que era uma recusa em conceder uma licença ao parque para a reprodução artificial de tigres siberianos, entre outros animais protegidos, porque “não possui os locais e instalações apropriados”.