Por Giovanna Chinellato (da Redação)
A Humane Society dos Estados Unidos (HSUS) publicou um novo e chocante relatório expondo a crueldade com animais em duas das maiores produtoras de ovos do EUA.
Entre fevereiro e março de 2010, um investigador da HSUS foi empregado da Rose Acre Farms e Rembrandt Enterprises, a maior produtora de ovos em Iowa, que é o estado que mais produz ovos no país. Dentre galinhas poedeiras e galinhas jovens, a Rose Acres mantém cerca de cinco milhões de pássaros em gaiolas, empilhados a quatro metros de altura em alguns lugares, oito em outros. Já a Rembrandt tem cerca de 5,5 milhões de galinhas esmagadas em 18 gaiolas. Todas as 10 milhões estão sofrendo.
Na Rembrandt, as galinhas passam a vida dentro de um espaço equivalente a 1 m², que não dá mais que uma folha de papel grande, e é onde as galinhas passam toda a sua curta vida. Imagine viver sua vida toda em metade de uma folha de papel, ombro a ombro com outra meia dúzia de indivíduos em suas pequenas folhas.
E fica pior. Essas aves são mantidas em total imundície, onde seus dejetos são deixados amontoar, atraindo ratos e insetos. Em um dos locais, um empregado disse que a área de dejetos das galinhas mais novas não era limpa há dois anos. Os níveis de amônia são tão altos que causam cegueira em algumas galinhas, e depois de alguns dias trabalhando ali com somente uma máscara de pintor, o investigador começou a desenvolver problemas respiratórios.
Nas gaiolas lotadas, as galinhas frequentemente ficam presas entre as barras ou caídas, e são largadas assim para morrer. Aliás, mesmo depois que morrem, são deixadas na gaiola. O investigador encontrou aves mortas há tanto tempo que já estavam mumificadas em suas gaiolas… bem ao lado das galinhas pondo ovos para consumo humano.
Um supervisor disse que, quando uma doença afetou a Rembrandt, eles retiraram cerca de 5 mil pássaros mortos por dia das gaiolas, por duas semanas.
A realidade é que, no cenário mundial, não existem leis federais, e pouquíssimas estaduais, para proteger os animais contra o interesse de exploração pela indústria.
Essa condição cruel vivida por milhares de animais se perpetua justamente porque ainda existe um mercado consumidor que a sustenta.
Você pode baixar vídeos e relatos da investigação no website da HSUS.
Com informações da Animals Change
Nota da Redação: Desfaçamos a ilusão de que um ovo caipira não é obtido com o sofrimento de um animal. Não é porque a galinha é criada livre de gaiolas que o produto obtido da sua exploração é livre de crueldade. O veganismo é o único caminho para uma ética coerente, que respeita todos os seres: na teoria e na prática. Para mais informações sobre a triste realidade a que são submetidas as galinhas, indicamos a leitura do texto “Ética na alimentação: O fim da inocência“, escrito pela filósofa vegana Sônia Felipe.