Com sede em Hong Kong, a ONG divulgou um relatório afirmando que centenas de animais estão sendo explorados nessas instalações, onde são alojados em recintos inadequados e exibem comportamentos típicos induzidos por estresse. Os animais foram encontrados abaixo do peso, balançando, se automutilando, encolhidos, submetidos a ruídos altos e luzes brilhantes e forçados a realizar truques.
As descobertas, publicadas pela Animals Asia, também afirmam que espécies ameaçadas – incluindo ursos-negros asiáticos, gibões, crocodilos siameses e elefantes-asiáticos – estão sendo mantidas em circos e parques de diversões, apesar de ser uma prática ilegal no Vietnam. Os animais mais comuns mantidos nesses locais são os macacos, constatou o relatório.
O documento também destaca as preocupações com o tráfico de vida selvagem. Entre 2008 e 2019, registros mostram que 38 golfinhos foram importados para o Vietnã, 33 dos quais foram retirados da natureza em território japonês. Durante a investigação, apenas quatro instalações foram encontradas hospedando shows de circo de golfinhos. Isso significa que vários dos golfinhos trazidos para o país anteriormente já morreram.
O Vietnã não está sozinho. Em todo o mundo, várias atrações turísticas ganham dinheiro com o abuso de animais. Nos EUA, por exemplo, o SeaWorld está sob constante investigação quanto ao tratamento de orcas, golfinhos e outros animais marinhos em seus parques.
O país também abriga mais de 3.000 zoológicos de beira de estrada. Eles são famosos por abrigar animais como tigres e chimpanzés em recintos de concreto e promover interações perigosas com os visitantes. Na Ásia, milhares de animais vivem em zoológicos e parques, todos com padrões variados de bem-estar animal.
A ONG Animals Asia reconhece que o governo vietnamita está tentando reprimir as instalações que exploram animais. Seu último relatório sobre bem-estar animal no país foi em 2017. Desde então, as autoridades começaram a agir. Mas nada disso é o bastante.
Dave Neale, diretor da Animals Asia, disse em um comunicado: “Desde nosso último relatório em 2017, estamos em constante campanha de divulgação pública, discussões com as autoridades e gerentes de instalações circenses, alguns deles pararam de operar e muitos deles pararam de utilizar animais em seus shows. Mas ainda estamos longe de acabar com essas performances de uma vez por todas”.
“Pedimos às autoridades do Vietnã que desenvolvam leis que protejam os animais. Dar apoio às organizações que resgatam e reabilitam esses animais e imposição aos operadores de circo para diversificar seus negócios longe do uso de animais”, acrescentou Neale.
“Pedimos ao público que não apoie instalações que continuam a abusar de animais para entretenimento”.