As inundações no norte da Nigéria mataram mais de 80% dos animais num grande zoológico que abrigava leões, crocodilos, búfalos e avestruzes, entre outras espécies selvagens, confirmou a instituição nesta terça-feira (10).
“Alguns animais foram arrastados em direção às nossas comunidades, como crocodilos e cobras”, disse o Zoológico do Parque Sanda Kyarimi em um comunicado sobre as enchentes no norte do estado de Borno, pedindo aos moradores que tomem cuidado.
As inundações começaram quando uma barragem transbordou após fortes chuvas, afetando milhares de pessoas.
O desastre afetou bairros inteiros e paralisou serviços na capital do estado, Maiduguri, incluindo os correios e um hospital universitário. O gabinete do presidente da Nigéria, Bola Tinubu, ordenou a remoção de pessoas das áreas mais atingidas.
“O presidente Tinubu oferece as suas sinceras condolências ao governo e ao povo do estado, especialmente às famílias que perderam os seus meios de subsistência devido ao desastre desencadeado pelo transbordamento da barragem de Alau”, afirma o comunicado da Presidência.
As inundações no nordeste do país mataram pelo menos 49 pessoas no mês passado, enquanto uma inundação de 2022 matou mais de 600.
O estado de Borno enfrenta uma série de tragédias naturais e humanas. O local é o berço do Boko Haram, uma insurgência que já dura 15 anos e que já matou e deslocou milhares de habitantes.
Fonte: G1
Nota Redação: a tragédia ocorrida na Nigéria, com a inundação que exterminou inúmeros animais em um zoológico e permitiu que crocodilos e cobras escapassem, evidencia de maneira brutal os horrores do cativeiro. O sofrimento desses animais confinados, que já são forçados a viver fora de seu habitat para entretenimento humano, se intensifica em momentos de catástrofes. Presos, sem chance de fuga ou defesa, eles se tornam vítimas indefesas das forças da natureza e da negligência humana.
Essa situação é um exemplo claro de como o cativeiro transforma animais em reféns de condições que agravam seu sofrimento, enquanto a sociedade ignora o impacto devastador dessas práticas. Além de colocar em risco a vida desses seres inocentes, o aprisionamento também ameaça as comunidades humanas, como visto com a invasão de animais selvagens na cidade. A solução não está em confinar ainda mais, mas em abolir a exploração de animais em zoológicos e priorizar a preservação de espécies em seus ambientes naturais, longe de grades e do lucro cruel que lucra com seu sofrimento.