O Paul do Boquilobo destaca-se por albergar um dos maiores garçais da Peninsula Ibérica, com centenas de ninhos (de abril a junho).
Esta foi a primeira área protegida portuguesa a integrar a Rede Mundial de Reservas da Biosfera (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura ), em 1981. É reconhecida a importância da Reserva como zona úmida natural e como local de abrigo para um grande número de aves, como local de reprodução, alimentação e repouso nas rotas de migração.
Quase trinta anos depois de ser classificada como Reserva da Biosfera, a poluição do rio Almonda, por esgotos domésticos, industriais e agrícolas, ameaça este “tesouro” da biodiversidade.
O Paul fica situado nos arredores da Golegã – Santarém, ocupando uma área de 800 hectares, dos quais um quarto, 196 hectares são reserva integral onde se pode encontrar uma importante colônia de garças . No entanto, nos últimos anos esse número de garças tem vindo a diminuir.
Nesta altura, já só nidificam seis casais de garça cinzenta no Paul do Boquilobo.
Este é também um dos poucos locais do país onde se reproduz o colhereiro.
No lago central existe uma paisagem de maciços de salgueiros, bunho e plantas aquáticas, ao longo das linhas de água e em terrenos que estiveram alagados antes da chegada do verão.
Nestas várzeas alagáveis , verifica-se uma acentuada variação sazonal do coberto vegetal de acordo com a estação do ano.
Esta é uma zona de paisagens e riqueza natural, mas é ainda pouco conhecida dos portugueses, sendo frequentada essencialmente por amantes de birdwatching – observação de aves – a maior parte estrangeiros, de binóculos e máquinas fotográficas viradas para o céu.
Milhafres pretos voam no Paul. São mais de duzentas espécies de aves que se podem encontrar nesta Reserva Natural, que foi criada em 1980, tendo sido reclassificada como área protegida em 1997 e como zona de Proteção Especial para Aves Selvagens em 1991.
Em relação aos anfíbios, das 13 espécies assinaladas, muitas desapareceram e as que resistem sofreram uma diminuição drástica.
Outro problema que provoca a perda da biodiversidade no Paul, é a utilização de nitratos e pesticidas pelos agricultores.
As atividades humanas em redor da Reserva estão ameaçando a preservação desta zona úmida de importância internacional da Convenção de Ramsar. Uma degradação que pode fazer desaparecer os valores naturais únicos deste santuário da biodiversidade.
Fonte: Antena 1