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Instituto de reabilitação de cães é acusado de maus-tratos e crueldade contra animais

18 de julho de 2010
3 min. de leitura
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Por Danielle Bohnen (da Redação – Argentina)

A Associação de Magistrados e Funcionários da Justiça Nacional, na Argentina, emitiu um documento sobre “cachorros condenados”, encarcerados no Instituto Pasteur, amontoados, maltratados e desnutridos. Assim como acontece nas cadeias para condenados humanos.

Em junho do ano passado, uma delegação da Comissão Interameriacana de Direitos Humanos (CIDH) visitou diversas carcerárias na Província de Buenos Aires, na Argentina, fazendo duras críticas às condições de detenção que sofrem os internos. Agora, a Associação de Magistrados e Funcionários da Justiça Nacional, denunciou que os “cachorros condenados” (porque morderam alguém ou porque seus tutores foram desalojados) são encaminhados pelos juízes ao Intituto Pasteur, onde “são submetidos a tratamento degradante, quando estão sob custódia desse lugar”, localizado na rua Díaz Valez, 4800. Isto mostra que, na Argentina, estar preso é calvário, tratando-se tanto de seres humanos quanto de animais não humanos.


O documento da AMJN é para ajudar os cães condenados, que entram por uma porta e não saem pela outra. Foto: Página 12.

A Associação de Magistrados afirmou que a ‘detenção’ dos animais é decidida por juízes que intervêm em casos de denúncias contra cães que tenham mordido pessoas ou cujos tutores tenham sido desalojados de suas casas e não têm condições para cuidar deles. A Associação afirma que o Intituto Pasteur “não conta com as condições para abrigar animais durante meses, já que as jaulas, sujas e pequenas, foram construídas para dez dias de observação antirrábica. Na realidade, não são adequadas nem sequer para isso, depois de 50 anos de sua construção, o estado das instalações é lamentável”.

A Associação interveio nessa questão depois de apelo feito por parte da Associação Protetora de Animais de Vicente Lopez. Membros da Associacão de Magistrados visitaram o Instituto Pasteur para tomar conhecimento da situação denunciada pelos protetores.

Os juízes concordaram que nessas jaulas miseráveis, os cães “urinam e defecam junto com sua comida e dormem sobre seus excrementos, o que causa feridas na pele que não são tratadas, pois não são cuidadas jamais. A forma de limpar as jaulas é com mangueiras com o animal ainda lá dentro, que fica totalmente molhado, sem importar a temperatura do ambiente”.

É muito importante essa preocupação da Associação de Magistrados e seu grito de alerta pela situação dos animais, que não deveriam ser penalizados por comportamentos cuja responsabilidade é do tipo de educação recebida de seus tutores.

Já os magistrados, por sua parte, descrevem as consequências dos maus-tratos aos animais, cujos músculos “vão-se atrofiando por falta de movimentação”, enquanto  “o nível de estresse diminui sua imunidade” e por essas razões “ficam prostrados, o que causa infecções e parasitoses, que terminam, depois de muito sofrimento, com sua vida. Não recebem atenção veterinária, já que as autoridades do Instituto Pasteur alegam que os animais ali estão por ordem judicial”.

A Associação recomendou aos seus juízes afiliados que, quando se tratar de “cão condenado” por morte do tutor, analise-se a possibilidade de deixar o animal com um familiar do falecido.

Vale recordar o episódio ocorrido em 1998, quando 30 vizinhos indignados, armados com pedras e paus, atacaram as instalações do Pasteur a fim de denunciar publicamente que ali “se cometem assassinatos de cães e gatos”.

Com informações da Página 12

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