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Instituto de Conservação da Natureza investe 2,5 milhões para salvar golfinhos

25 de maio de 2009
3 min. de leitura
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O Instituto de Conservação da Natureza e da Biodiversidade (ICNB) vai construir na Herdade da Mourisca, em Setúbal, Portugal, um Centro Interpretativo sobre a população dos golfinhos-roazes do Sado, com um investimento de 1,2 milhões de euros. Trata-se de um dos principais projetos do Plano de Ação para a Salvaguarda e Monitorização da população de golfinhos que está prestes a ser formalizado pelo Governo.

A população de roazes no Sado é de 23 indivíduos

“Queremos desenvolver um conjunto de ações, num prazo de cinco anos, para evitar uma população de golfinhos única. Ao todo, o plano prevê um investimento de 2,5 milhões de euros, mas muitas ações não terão um custo associado”, frisa Tito Rosa, presidente do ICNB. Trata-se do segundo Plano de Ação, em Portugal, delineado especificamente para salvaguardar uma espécie animal – neste caso uma população -, depois do Plano para o lince ibérico. “É um caso extremo de uma população que merece muita atenção”, frisa o secretário de Estado do Ambiente, Humberto Rosa.

O Centro Interpretativo da Herdade da Mourisca deverá ser inaugurado até o final de 2012 e espera-se a visita de cerca de três mil pessoas por ano. De acordo com Tito Rosa, serão aproveitados os atuais espaços da Herdade da Mourisca, através da realização de algumas adaptações. “O objetivo é concentrar aqui a informação sobre os roazes e permitir uma interação entre os visitantes e os animais”

A população de roazes do Estuário do Sado, em Portugal, está em risco de desaparecer devido a ameaças intrínsecas, nomeadamente o envelhecimento da população, e externas, entre as quais a contaminação das águas, o tráfego marítimo desregrado, a pesca e a poluição acústica. O secretário de Estado do Ambiente, presente na quarta-feira (20/5) na apresentação das bases para o plano de ação, ressalvou que “não há garantias para que o plano em si baste para salvar os roazes, porque é impossível atuar no plano das ameaças intrínsecas”. No entanto, frisa que é possível “controlar muitas das ameaças externas e tomar medidas em nome de um bem comum, ainda que reconheça que possam ser “medidas pouco populares”. “Todos os setubalenses compreenderão que é um bem maior e que há que controlar os excessos, por exemplo, ao nível da pesca ilegal e da navegação. Haverá regras e uma séria aposta na fiscalização. Temos que preservar esta população que é simbólica e o orgulho dos setubalenses, e sem a qual a região ficaria mais pobre”, afiança.

Uma das medidas mais importantes será a implementação de um modelo de monitorização da população de golfinhos que permita, entre outros aspectos, uniformizar a nomenclatura dos roazes até o final de 2009 e criar uma base de dados até ao final de 2010. Implementar o programa de caracterização genética, fisiológica e toxicológica da população de roazes e um programa de monitorização da dinâmica populacional e da utilização do habitat são outras medidas importantes, entre muitas outras.

O secretário de Estado e o presidente do ICNB sublinham ainda a importância do envolvimento de vários agentes locais na elaboração do plano, através de inúmeras reuniões e debates.

(Com informações do Expresso Online)

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