O Instituto Chico Mendes (ICMBio) está iniciando censo populacional de uma das espécies mais ameaçadas de extinção do planeta, a arara-azul-de-lear (Anodorhynchus leari). Graças às medidas de proteção, a situação da espécie vem melhorando ano-a-ano. Em 2008 foram contados 900 adultos e 150 filhotes. O biólogo e analista ambiental do ICMBio Kleber de Oliveira afirma que, caso seja constatado avanço da curva de preservação, a ave pode deixar ainda neste ano a lista vermelha de animais em extinção.

A arara-azul-de-lear é encontrada somente no semi-árido baiano, especialmente na região de Jeremoabo, no norte do Estado. Seus ninhos são construídos nas cavidades naturais de paredões existentes na parte sul da Estação Ecológica Raso Catarina, nos sítios reprodutivos como Toca da Velha, nos municípios de Canudos e Serra Branca. A principal ameaça à ave provém de captura para comércio ilegal e da redução da palmeira licuri, que produz coco usado como alimento por ela.

Os biólogos Kléber de Oliveira e Antônio Eduardo Barbosa mapearam quase 80 ninhos nas últimas visitas aos locais das aves. Eles estão muito otimistas por causa do histórico de filhotes que voaram ao longo dos anos de monitoramento. “Entre a postura do ovo e o nascimento do filhote conta-se mais ou menos 87 dias. Tanto no ciclo de 2004-2005 quanto no de 2005-2006, cerca de 80 filhotes saíram nos ninhos”, informa Kléber.

Fonte: Terra