O Instituto Homem Pantaneiro (IHP) instalou câmeras de monitoramento nas cidades de Corumbá e Ladário, em Mato Grosso do Sul, para ampliar a proteção a onças-pintadas. O projeto foi executado devido ao aumento de onças avistadas na região.

O objetivo da entidade é garantir a segurança dos animais silvestres e da população através de um monitoramento realizado de maneira mais intensa. Pretende-se também afugentar caçadores que ameaçam a sobrevivência das onças.

O projeto tem como base denúncias de testemunhas que relatam ter visto caçadores na região. As ocorrências foram repassadas às autoridades para que possam ser devidamente investigadas. As ações do Instituto compreendem a instalação de repelentes luminosos, câmeras trap (como são chamadas as armadilhas fotográficas) e sensores de movimento.

Médico veterinário do Instituto Homem Pantaneiro, Diego Viana explicou ao portal Campo Grande News que as onças-pintadas têm se aproximado do perímetro urbano por terem seu habitat devastado por incêndios florestais que estão destruindo o Pantanal.

“Esta é uma área de mata ciliar que não foi atingida pelo fogo, está preservada e reúne animais como capivaras, ariranhas e jacarés, que são presas das onças. Além disso, com a seca, a disponibilidade de água e alimento em outras regiões foi afetada, o que também atrai estes animais para essa região”, acrescentou.

De acordo com o especialista, embora as onças apareçam em pontos urbanizados, elas não permanecem nesses locais. “Um animal macho pode circular por uma área que chega a 120 km², enquanto a fêmea chega a ocupar um espaço de 80 km². Então, é, em alguns momentos, do dia ou da semana, que ocupam esta área”, explicou.

Viana orienta os moradores a manter distância de pelo menos 10 metros dos animais e não alimentá-los — prática que, inclusive, configura crime por prejudicar as onças. Ao avistar uma onça-pintada, a pessoa deve comunicar a ocorrência ao Instituto Homem Pantaneiro através dos telefones (67) 99934-9787 e (67) 99987-0467.