O inquérito que apura as denúncias de maus-tratos a animais e condições precárias do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) de Aracruz, no norte do Espírito Santo, já tem oito volumes, com 200 páginas cada e deve ser concluído na próxima semana, de acordo com o delegado Leandro Barbosa Morais. Ele espera que a prefeitura do município encaminhe documentos requisitados para a conclusão do inquérito.
Segundo o delegado, depois de concluído, o inquérito pode instruir uma Ação Civil Pública (ACP) a ser instaurada pelo Ministério Público do Estado (MPES). A situação de abandono do CCZ de Aracruz foi denunciada pela advogada e coordenadora do Centro de Promoção dos Direitos Humanos de Aracruz, Gilcinea Ferreira, que recebeu denúncia anônima no dia 30 de dezembro de 2011, dando conta que o Centro estava sem veterinário responsável desde o dia 23 daquele mês.
O veterinário responsável, Edgard Sixto Oliveira Quiñones Dias, ficou ausente até o dia 2 de janeiro e no período morreram cinco filhotes de gatos, um filhote de cachorro e dois cachorros adultos, além de três animais eutanasiados no dia 30 de dezembro. Do dia 1 de dezembro ao dia 22 do mesmo mês morreram cinco filhotes de gatos, dois cães adultos e 18 filhotes de cães, sendo que um dos cães adultos morreu de cinomose.
O gerente de Vigilância em Saúde do município, Vicente Penteado, que não designou veterinário para cobrir o recesso do titular e, segundo a denunciante, eutanasiou os três animais foi exonerado do cargo e, além disso, foi aberto um Processo Administrativo Disciplinar (PAD) em desfavor do veterinário e de Vicente Penteado.
O delegado compareceu ao CCZ no dia 5 de janeiro acompanhado de dois veterinários e de um investigador e constatou a precariedade do local. A visita surpresa foi feita para que não houvesse a tentativa de “maquiar” o ambiente. Ele disse que o local dá a ideia de omissão do poder público e descaso com os animais e com os servidores que lá atuam. Ele acrescentou que a prefeitura precisa urgentemente dar uma resposta a respeito das mudanças a serem feitas no local.
No momento da inspeção foram encontrados produtos vencidos, que iam desde alimentos até medicamentos, passando pelo extintor de incêndio. Os animais estavam em sofrimento e doentes.
Fonte: Século Diário