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Inglaterra matou mais de 350 cães explorados pelo Ministério da Defesa

7 de novembro de 2013
4 min. de leitura
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Por Mariana Bettiol (da Redação)

Ministro condenou as práticas do Ministério da Defesa desde 2009
Ministro condenou as práticas do Ministério da Defesa desde 2009

Mais de 350 cães militares aposentados foram sacrificados desde 2009, revelam os dados.

O Ministério da Defesa assassinou 42 cães britânicos sob a justificativa deles apresentarem “comportamento perigoso” e 27 por desenvolverem problemas de saúde relacionados ao câncer. A maioria, 117 cães, foi morta devido à “idade e bem-estar”, enquanto 76 tinham artrose. As informações são do Daily Mail.

Quatro foram mortos em combate no Afeganistão e o quinto foi sacrificado devido aos graves ferimentos ocasionados em um acidente de carro.

Parlamentares e ONGs de animais desaprovaram a ação e pediram ao Ministério da Defesa para garantir que a matança não mais aconteça.

A membro do parlamento, a democrata liberal Tessa Munt, disse estar “genuinamente chocada”.

Ela acrescentou: “Quando o Ministério da Defesa investe milhões em dinheiro dos contribuintes na formação destes animais, parece lamentável que o seu bem-estar não seja levado tão a sério. Isso é preocupante”.

“Eu sempre acreditei que a maneira como as pessoas tratam os animais diz muito sobre elas, e espero que a divulgação desses dados para o público leve a um maior planejamento e a uma abordagem mais compassiva no futuro”.

Esses dados foram divulgados semanas após a notícia sobre os dois cães de guarda da RAF (Força Aérea Real) sair, cães que defenderam o príncipe William e que foram mortos dias depois que ele deixou o serviço.

O Pastor Belga Brus e o Pastor Alemão Blade foram mortos logo após William ter deixado a RAF na ilha de Anglesey, no País de Gales.

São explorados como guardas e são treinados para reconhecer o odor de explosivos.
São explorados como guardas e são treinados para reconhecer o odor de explosivos.

Quando a história surgiu, o Ministério da Defesa concordou em rever a sua política para garantir que um veterinário e um adestrador experientes estejam envolvidos em cada decisão sobre a vida de um cão.

A porta-voz do ministério acrescentou ainda que mais 419 cães foram realocados entre Janeiro de 2009 e Junho deste ano.

Um porta-voz da Dogs Trust, a maior instituição de caridade que trabalha no realocamento de cães no Reino Unido, disse que a maioria dos cães ex-militares não poderiam ser realocados para o convívio com famílias devido ao seu passado. Entretanto, aposentá-los e deixá-los sob a guarda de um especialista é uma opção. Infelizmente a Dog Trust também recomenda que estes cães sejam repostos em outras atividades de trabalho, o que daria continuidade para a exploração que já receberam por toda a vida nas Forças Armadas.

“A Dogs Trust se opõe à prática da eutanásia de cães aposentados ou que não são mais capazes de exercer suas funções. Nós encorajamos a adoção por especialistas e programas de aposentadoria”, disse o porta-voz.

Neil Parish, Ministro do Parlamento da Tiverton e Honiton e presidente do Grupo Parlamentar Associate Parliamentary Group for Animal Welfare, disse: “Os cães utilizados em nossas forças armadas demonstram compromisso com seus companheiros e bravura em sua jornada diária de trabalho e, sem dúvida, salvam a vida de inúmeros militares”.

“Temos o dever de cuidar de seu bem-estar tanto real, quanto militar”.

Ele também pediu uma investigação para averiguar a causa das práticas de “eutanásia” para os 117 cães que foram mortos devido à “idade e bem-estar”.

Parish acrescentou: “O governo afirmou que não há um tempo determinado para que um cachorro seja mantido enquanto um lar adequado é procurado para ele, e espero que o Ministério da Defesa tenha isso em mente”.

De acordo com os números apresentados, 68 cães foram mortos em 2009, 117 em 2010, 84 em 2011 e 71 em 2012. Trinta deles foram mortos entre janeiro e julho deste ano.

David Amess, ministro pela Southend West, disse que os números divulgados levaram muitos a questionar os motivos por trás dessa política.

O Ministério da Defesa disse que “todos os esforços” foram feitos para que os cães fossem realocados, mas as doenças causadas pela idade avançada forçaram a eutanásia para alguns deles.

A porta-voz ainda acrescentou que o Ministério da Defesa tem o dever moral e legal de garantir o bem-estar dos animais que lida, entretanto, não negou que aqueles que não forem realocados para famílias adotantes poderão ser mortos após a aposentadoria.

Segundo ele, “nós anunciamos em Setembro que iríamos rever a nossa política já existente para garantir a coerência em nossas decisões”.

“Os cães militares desempenham um papel inestimável na linha de frente de batalha, ajudando a salvar as vidas de nossas forças armadas e dos residentes locais no Afeganistão.”

“Aos cães é oferecido a máxima proteção possível e seus companheiros são treinados especialmente para minimizar os riscos que os cães enfrentam no desempenho de suas tarefas.”

Nota da Redação: Não é somente um absurdo o assassinato de cães por não “servirem” mais aos propósitos das Forças Armadas, como também é a sua exploração nas atividades descritas pela matéria. Eles não são “companheiros” dos soldados, mas instrumentos utilizados para a proteção dos humanos – isso significa que eles devem, portanto, se expor à riscos extremos que nenhum humano se atreveria.

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