A ocorrência de doenças transmissíveis em animais selvagens geralmente reflete a distribuição do agente causador. A influência das mudanças climáticas na prevalência de organismos patogênicos é exercida diretamente por agentes causadores com uma taxa de sobrevivência aumentada em relação a temperaturas médias anuais mais altas ou indiretamente porque vetores, como carrapatos e mosquitos, experimentam melhores condições ambientais promovendo, similarmente, sua viabilidade – tornando possível sua adaptação a novas áreas de circulação.
Isso explica por que vetores portadores de patógenos prevalecem em níveis mais altos do mar do que observados duas décadas atrás. Nos últimos anos, vetores com ciclos sazonais mostram períodos mais longos de incidência. Além disso, ovos parasitários, larvas e organismos parasitários em estágios intermediários podem ser encontrados em níveis mais altos do mar, pois eles também se beneficiam das mudanças de condições climáticas.
As mudanças climáticas, acentuadas pela ação humana, podem alterar tanto a distribuição geográfica quanto a abundância local dos patógenos, como da malária. Mais importante: elas dependem da abundância e distribuição de vetores artrópodes, que parecem responder sensivelmente ao aquecimento global.
À medida que o ambiente altera, alguns hábitats que atualmente são muito frios para sustentar populações de vetores, podem se tornar mais favoráveis, enquanto outros que estão secando podem se tornar menos propícios à reprodução do vetor. Portanto, as faixas geográficas dos mosquitos podem se expandir ou se reduzir, o que pode causar mudanças paralelas na população de patógenos da malária que eles transmitem. Além disso, um pequeno aumento na temperatura ambiente e na precipitação também pode estender localmente a estação de reprodução dos mosquitos.
Tais alterações na história de vida do parasita também podem impactar as relações hospedeiro-parasita em espécies de aves já infectadas. Com a expansão da infecção, os animais domesticados também podem correr o risco de se infectarem com malária, o que pode ter consequências para a economia mundial. Finalmente, os efeitos mediados por vetores devido às mudanças climáticas podem se manifestar em patógenos humanos da malária, para os quais o exemplo aviário predominante pode fornecer lições úteis.
Fonte: Fauna News