EnglishEspañolPortuguês

RECUPERAÇÃO

Inea registra a volta da onça-pintada ao Rio de Janeiro; espécie não era vista desde os anos 70 no território fluminense

27 de julho de 2025
3 min. de leitura
A-
A+
Foto: Divulgação/Inea

O Instituto Estadual do Ambiente (Inea) registrou uma grande notícia para o Rio de Janeiro: a volta da onça-pintada (Panthera onca) às matas do estado. O animal, que vem sendo monitorado de forma intensiva desde dezembro de 2024, não era registrado no território fluminense desde os anos 70, de onde desapareceu devido ao avanço urbano. Cinco décadas depois, o único estado a registrar aumento de área florestal, vê a rainha das matas de volta às suas florestas.

O maior predador das américas, e um dos maiores felinos do mundo, a onça-pintada é de extrema importância no equilíbrio dos ecossistemas onde estão inseridas. O animal, que vem sendo registrado por câmeras do Inea e do Projeto Aventura Animal, parceiro do órgão, é um macho adulto e habita a área do Parque Estadual da Serra da Concórdia, em Valença.

“Estamos trabalhando para assegurar que essa onça seja acompanhada e protegida, com câmeras de monitoramento, equipes de pesquisa e agentes de fiscalização. Trabalhamos também para que a população fique segura com a presença desse importante animal, garantindo a tranquilidade de todos. Essa notícia é uma grande felicidade para todos nós, mas traz com ela também uma grande responsabilidade”, pontua o secretário de Estado do Ambiente e Sustentabilidade, Bernardo Rossi.

O Inea desenvolveu um plano de acompanhamento e educação ambiental a fim de garantir a segurança, tanto da população, quanto do animal. A população vem sendo orientada por meio de educadores ambientais, guarda-parques e materiais educativos. Dentre as respostas à grande notícia, está a aquisição de novas câmeras pela Secretaria de Estado do Ambiente e Sustentabilidade para monitorar a fauna.

A onça-pintada é uma espécie ameaçada de extinção e que depende de políticas públicas para ser protegida. Existem menos de 300 indivíduos em toda a Mata Atlântica.

Técnicos do Inea vêm analisando não somente as imagens e relatos do animal, mas também suas pegadas e fezes, conseguindo identificar a dieta do indivíduo baseada em animais como capivaras, catetos e tapitis. Até o momento, não foi registrado qualquer ataque ou acidente envolvendo animais domésticos ou de criação.

Segundo o Governo do Estado, a ideia é que, com o apoio do ICMBio, o animal futuramente seja capturado de forma provisória para a instalação de um colar de monitoramento e realização de exames laboratoriais para um mapeamento mais detalhado da dieta.

Dentre as possibilidades que levaram o animal a migrar de outros estados para o Rio de Janeiro, está o fato de que o Rio é o único estado que aumentou a cobertura de vegetação nativa nos últimos 40 anos. De 1985 a 2024, houve um crescimento de 30% para 32% de área de floresta no território fluminense. Isso cria um território com maior equilíbrio ambiental para este que é um animal topo de cadeia alimentar.

O Inea elenca cuidados que devem ser tomados, caso o animal seja avistado. Confira:

Não tente registrar o animal por conta própria, e jamais use alimentos ou outros atrativos para atraí-lo. É uma prática proibida e perigosa. Caso aviste o animal em sua propriedade ou caminho, não é preciso alarde: se trata de um animal discreto que não tem hábitos violentos e nem se aproxima de casas ou animais domésticos. Deixe-o ir embora em paz.

Mantenha seus cachorros e animais domésticos presos e juntos à sua propriedade, além de evitar as florestas ou beiras de mata durante a noite, onde o animal vem sendo registrado. Não se esqueça que a caça de qualquer animal silvestre na mata é crime ambiental. Agentes estarão presentes e atuantes na localidade.

Fonte: Tribuna de Petrópolis

    Você viu?

    Ir para o topo