Segundo dados da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), a indústria pesqueira mundial reduziu a população de peixes oceânicos em 90% nos últimos 50 anos. Das 25 mil espécies marinhas conhecidas, 30% estão ameaçadas de extinção e 80% da biomassa marinha já foi capturada nos últimos 100 anos.
No Brasil, a situação também é preocupante. Cerca de 75% das espécies de peixes de nossa plataforma continental e baías estão sendo ameaçadas. A maior responsável pelo problema é a pesca de arrasto em escala industrial.
“O grande problema das embarcações industriais é que elas pescam muito próximo às costas e as suas redes, que chegam a 15 quilômetros de extensão, varrem tudo o que encontram pela frente, provocando a perda da biodiversidade marinha”, explica o superintendente do Ministério da Pesca no Paraná, Zeca Wigwesti. “Já presenciamos barcos industriais a 3 milhas e até a meio milha de distância da costa”, completa Cláudio Dybas da Natividade.
Os oceanos são considerados patrimônio de todos e, por isso, costumam ser explorados desordenadamente. O Brasil não foge à regra. Grande parte dos crimes ambientais ocorre por falta de fiscalização, apesar de existir uma legislação responsável por punir os infratores.
Em setembro de 2006, foi instituído o Programa Nacional de Rastreamento de Embarcações Pesqueiras por Satélite (Preps), que tem por finalidade o monitoramento, a gestão pesqueira e o controle das operações da frota pesqueira brasileira. Todas as embarcações de pesca estrangeira e de pesca de arrasto, de cerco e com armadilhas são obrigadas a participar do programa.
A regulamentação do lançamento de recifes artificiais e de unidades antiarrasto (estruturas que impedem a passagem das redes industriais) também se tornou uma importante ferramenta de fiscalização do mar brasileiro. Só após dois anos é que o Projeto Rebimar receberá de fato uma licença de operação. Antes disso, será necessário cumprir uma série de exigências do Ibama, entre elas desenvolvimento de um plano de monitoramento, um projeto de educação ambiental e a vistoria contínua dos recifes implantados.
Fonte: Gazeta do Povo
Nota da Redação: Embora o estrago causado pela pesca industrial seja muito maior e devastador, toda e qualquer ameaça à vida marinha merece ser banida, seja pesca em alta ou baixa escala. Não adianta melhorarmos o percentual de redução da população oceânica de 90% para qualquer outro número que seja diferente de 0%. Não cabe ao ser humano tirar a vida dos animais, seja em alto ou baixo percentual.