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FINAL CRUEL

Indu, elefanta explorada por quase 60 anos, é morta por zoológico antes de chegar a um santuário

Ativistas lutaram por meses para transferi-la para um santuário, mas o zoo realizou a eutanásia em segredo. Ela morreu sem conhecer a liberdade que merecia.

9 de maio de 2025
Júlia Zanluchi
2 min. de leitura
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Foto: Zoológico de Phoenix

A elefanta asiática Indu, de 59 anos, que vivia há 26 anos no Zoológico de Phoenix, nos Estados Unidos, foi morta por eutanásia nesta semana, apesar dos apelos de organizações de proteção animal para que fosse transferida a um santuário. Sua morte ocorreu dias depois que a In Defense of Animals e o World Animal News alertaram sobre o risco de eutanásia e pediram que ela tivesse uma aposentadoria digna em um ambiente natural e livre.

Indu foi retirada da natureza em 1965, quando tinha apenas um ano de idade, e passou décadas sendo transferida entre zoológicos nos EUA. Nos últimos anos, ela era a única elefante no Zoológico de Phoenix após a morte de suas companheiras, Reba e Sheena. Confinada em um recinto pequeno, sem um lago profundo e com pouca sombra para se proteger do calor extremo do Arizona, sua situação era criticada há anos por ativistas.

Em janeiro deste ano, o Zoológico de Phoenix foi incluído na lista dos 10 piores zoológicos para elefantes na América do Norte, elaborada pela In Defense of Animals. A instituição alegou que Indu estava “muito bem”, mas especialistas afirmavam que ela sofria com a falta de espaço, estímulos e interação social – elementos essenciais para esses animais altamente inteligentes e sociáveis.

Protestos e um apelo ignorado

No dia 12 de abril de 2025, manifestantes se reuniram no zoológico para pressionar pela transferência de Indu. Uma petição com mais de 22 mil assinaturas foi entregue, pedindo que ela fosse enviada a um santuário. O zoológico, porém, manteve sua posição: afirmou que fecharia o recinto de elefantes após a morte de Indu, mas recusou-se a permitir que ela fosse para um local melhor enquanto viva.

Pouco antes de sua morte, o zoológico havia divulgado um vídeo mostrando Indu brincando na água, alegando que ela estava saudável. No entanto, ativistas denunciaram que a instituição optou pela eutanásia em vez de dar-lhe uma chance de viver seus últimos anos em liberdade.

In Defense of Animals classificou a decisão como “cruel e desnecessária”, destacando que Indu poderia ter sido levada a um santuário com espaço, vegetação e outros elefantes. “Ela merecia dignidade, não ser morta em segredo e tratada como um incômodo, disse Fleur Dawes, diretora de comunicação da organização.

A morte de Indu reacende o debate sobre a manutenção de elefantes em cativeiro, especialmente em zoológicos que não oferecem condições adequadas. Ativistas continuam pressionando por mudanças, para que outros animais não tenham o mesmo fim trágico.

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