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EXTINÇÃO

Índia registra recorde de mortes de tigres em 2021

Em 2010 o país assinou acordo para aumentar a população desses animais

31 de dezembro de 2021
Beatriz Silva | Redação ANDA
3 min. de leitura
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Foto: Ilustração/Pixabay

Em 2021, a Índia viu 126 dos seus grandes felinos raros morrerem, de acordo com o órgão de preservação de tigres no país. Esse número já é o maior desde que começou a ser feita a compilação de dados, há uma década. A última alta de mortes desses animais foi em 2016, quando 121 tigres morreram. O país é o lar de cerca de 75% dos tigres que existem no mundo. Em 2012, a National Tiger Conservation Authority começou a coletar dados.

De acordo com o Mail Online, acredita-se que existiam 40.000 tigres na época da independência do país, em 1947, mas devido a caça, e também a perda de habitat desses animais, a população foi reduzida para um nível perigosamente baixo. Em 2010, o país e outras 12 nações assinaram um acordo para que fosse dobrado o número desses animais até o ano de 2022.

No último ano, o governo indiano anunciou que o país já havia atingido a meta. A estimativa é de que a população dos tigres era de 2.967 no ano de 2018, o inverso de 2006, quando a população desses animais era de 1.411, uma baixa recorde. Apesar disso, o número de 2018 ainda é baixo, se comparado com o ano de 2002, quando a população de tigres era de cerca de 3.600. No entanto, o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, comemorou essa conquista “histórica”.

Os dados de 2018 foram colhidos com a utilização de armadilhas fotográficas identificando os tigres com o uso de um software de reconhecimento de padrão das “listras” dos animais. O NTCA registrou que o principal motivo das mortes dos tigres na última década foi por causas naturais, mas muitos dos animais também foram vítimas de caçadores e do conflito humano-animal. Nas últimas décadas, cresceu a invasão humana nos habitats dos tigres. A Índia tem hoje uma população de 1,3 bilhão de pessoas.

A invasão humana do habitat desses animais cresceu nas últimas décadas. | Foto: Ilustração/Pixabay

Dados do governo mostram que entre os anos de 2014 e 2019, quase 225 pessoas morreram por ataques de tigres. Em entrevista à AFP, Kartick Satyanarayan, fundador da organização Wildlife SOS, contou que as mortes causadas pelo conflito entre humanos e animais são fruto da fragmentação do habitat natural dos tigres. Críticos dizem que o governo afrouxou regulamentações ambientais para projetos como mineração.

Satyanarayan também diz que a crescente demanda por pele de tigre e o uso das partes do animal na medicina Chinesa também são algumas das principais razões da caça ilegal desses animais. O governo reservou 50 habitats pelo país para os tigres, esforçando-se para gerenciar melhor sua população.

Um relatório do grupo conservacionista WWF, do ano passado, diz que os tigres estão retornando para grande parte do sul da Ásia, assim como também na Rússia e China. No entanto, esses animais ainda estão sob ameaça da caça e da destruição de seu habitat, e por conta da fragmentação da população de vida selvagem, há o risco do aumento da endogamia, o acasalamento de animais com grau de parentesco.

O WWF também diz que uma crise de caça está dizimando a vida selvagem, principalmente no sudeste da Ásia, incluindo os tigres e as presas desses animais.

Outro relatório, desta vez do governo indiano, do ano passado, alertou que grande parte da população dos tigres estava confinada em pequenas áreas protegidas. O relatório também alertou que muitos dos chamados “corredores de habitat” desses animais que permitem a circulação desses animais nessas áreas, correm risco por conta da atividade humana e do desenvolvimento.

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