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QUEIMADAS

Incêndios no Pantanal geram maior pico de emissões no MS em 16 anos para maio e junho

As emissões do estado nos meses de maio e junho (até o dia 26) ficaram em cerca de 11 milhões de toneladas de CO2 equivalente

28 de junho de 2024
Marco Britto
3 min. de leitura
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Foto: Gustavo Figueiroa/SOS Pantanal

Dados do observatório europeu Copernicus mostram que os incêndios florestais que atingem a região do Pantanal causaram o maior pico de emissões para o período entre maio e junho em 16 anos no Mato Grosso do Sul. Segundo o monitoramento via satélite, que mede a radiação emitida pelo fogo, este ano a região tem números quase três vezes maiores que os observados em 2009 pelo programa espacial.

As emissões do estado nos meses de maio e junho (até o dia 26) ficaram em 11 milhões de toneladas de CO2 equivalente (t/CO2e), medida usada para estimar o impacto climático da liberação de gases estufa na atmosfera. Em 2009, o mesmo período gerou 4 milhões de t/CO2e.

No primeiro semestre de 2024, o Brasil teve o maior índice de emissões de CO2 causadas por incêndios florestais e queimadas nos últimos 20 anos, de acordo com o acompanhamento do observatório europeu. Antes mesmo de se completarem os primeiros seis meses do ano, o país emitiu 81,8 milhões de toneladas de CO2 t/CO2e, cerca de 22 megatoneladas de carbono, um padrão não registrado pelo sistema desde 2005.

Maio e junho

Segundo os pesquisadores, as emissões de carbono na Amazônia Legal giram em torno da média para a época do ano. Isso reforça a hipótese de que os incêndios florestais no Pantanal estão contribuindo para valores acima da média para o Brasil como um todo, pois desde o início de maio o país vem registrando emissões altas para a época.

As estimativas das emissões de carbono liberadas por incêndios florestais no país entre maio e junho já são as mais altas desde 2004, afirma o Copernicus.

Análises mostram ainda que a fumaça dos incêndios florestais no Pantanal é transportada para o sul, passando sobre o Paraguai e o Rio Grande do Sul, rumo ao Oceano Atlântico.

Segundo a plataforma BDQueimadas, do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), no mês de junho, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, estados onde fica o Pantanal, concentraram 44,8% dos incêndios no Brasil, seguidos por Tocantins (14%), Maranhão (9,2%), Pará (4,9%) e Minas Gerais (4,8%), entre estados com maior ocorrência de queimadas.

Até o momento, são 2527 focos de incêndio no Pantanal registrados pelo Inpe apenas em junho, número jamais visto no intervalo de um mês do primeiro semestre no bioma.

O total de ocorrências na região chega a 3.426 este ano, número 2.096% maior que 2023 e próximo dos 2.534 incêndios registrados até junho em 2020, ano considerado de pior temporada de queimadas no Pantanal.

Fonte: Um Só Planeta

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