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AÇÃO HUMANA

Incêndios florestais mudam dinâmicas de ecossistemas e afetam animais

28 de outubro de 2021
Bruna Araújo | Redação ANDA
2 min. de leitura
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Foto: Reprodução | Daily Mail

Centros de resgate da vida selvagem estão preocupados com a quantidade de pedidos de resgate de animais silvestres com queimaduras e patas queimadas migrando para centros urbanos em busca de ajuda. Recentemente, moradores de South Lake Tahoe, na Califórnia, encontraram um porcos-espinhos gravemente feridos, com falhas nos pelos e ferimentos profundos em todas as partes do corpo.

Os animais fugiram de uma região atingida pelo incêndio Dixie e foram encaminhados para o Lake Tahoe Wildlife Care para receber cuidados. Um abutre também foi encontrado tão ferido que mal conseguia erguer as asas. “Isso é o que estamos vendo após os incêndios, animais que estão passando por momentos difíceis e sendo empurrados para áreas onde tradicionalmente não estão”, disse uma porta-voz do centro.

O gerente do Departamento de Peixes e Vida Selvagem de Oregon, Brian Wolfer, afirma que os incêndios trazem consequências presentes e futuras para aas espécies silvestres. “É uma perturbação na paisagem que muda o habitat”, disse. O fogo destrói ninhos, tocas e mesmo os animais que conseguem sobreviver, sofrem com a falta de abrigo e alimento. Sozinhos e fracos, as espécies menores ficam mais vulneráveis a predadores.

Wolfer esclarece também que incêndios em menores proporções podem ser benéficos, pois expõe grama nova e estimula a renovação de arbustos e da vegetação que são a fonte de alimento de alces e veados. Quando as fontes de alimento são abundantes, as fêmeas produzem leite mais nutritivo e os bebês crescem mais rápido e fortes, mas quando ocorrem em grande proporções, os resultados são catastróficos e irreversíveis.

Ele afirma que esses animais migraram para outros locais em busca de alimento e as florestas podem demorar até décadas para se recuperarem, mas algumas espécies, infelizmente, não podem esperar. “Nos anos que se seguem, você vê uma sobrevivência reduzida e, com o tempo, essa população começa a diminuir. Quanto mais quente e rápido eles queimam, mais difícil é para os animais menos móveis encontrarem um habitat adequado”, reforça especialista

Foto: Reprodução | Daily Mail

Uma vida nova

A sobrevivência dos animais afetados pelos incêndios dependem exclusivamente do nível das queimaduras e intoxicação pela fumaça. Animais adultos de grande porte, como ursos e leões-da-montanha, podem ser particularmente difíceis de tratar, pois costumam arrancar as ataduras e quando recebem alimentação forçada podem sofrer com asfixia, estresse e entupimento das vias intestinais.

Muitas vezes esses animais precisam ser devolvidos à natureza antes do tempo indicado, pois o confinamento forçado pode ser ainda mais prejudicial do que a falta de tratamento. Muitos são medicados e liberados, ou até mesmo fogem. Eles vivem dentro dos próprios termos.

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