Milhares de filhotes de aves pantaneiras como tuiuiús, garças e cabeças-secas correm o risco de serem consumidos por um incêndio florestal que ameaça um dos maiores ninhais do pantanal mato-grossense, o conhecido “Ninhal do Presidente”, um santuário ecológico, com uma população estimada de 8 mil aves, localizado na Reserva Ecológica do Taiamã, na margem do rio Paraguai, a 200 quilômetros de Cáceres.
Pelo menos 15 brigadistas, entre soldados do Corpo de Bombeiros, servidores do SEMA e do Instituto Chico Mendes de Biodiversidade (CMbio) estão, a quatro dias na área, combatendo o fogo. No entanto, o trabalho está sendo lento porque o local é de difícil acesso. Além da ameaça das aves, o fogo representa prejuízo incalculável ao meio ambiente podendo, inclusive, alterar o ecossistema pantaneiro.
A espera de chuvas, o fogo segue se alastrando. Em algumas regiões, os focos de queimadas chegam há uma semana. Na Serra Ricardo Franco, por exemplo, o fogo chegou a ser controlado por equipes do Instituto Chico Mendes, mas a vegetação voltou a queimar, exigindo por duas vezes a presença de Bombeiros Militares. Moradores das fazendas da região também tentam ajudar, mas a seca prolongada dificulta o serviço, pois o fogo se alastra rapidamente.
Hoje uma equipe da Companhia de Bombeiros de Cáceres voltou para apoiar o Ibama. A informação é que o fogo está nas áreas das fazendas Morrinho e Barranco Vermelho, onde a atividade principal é a agropecuária. Também há a informação da morte muitos animais, tanto gado como animais silvestres.
Mato Grosso retomou este ano um antigo título: campeão de queimadas. Segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), dos 28.035 focos registrados no País de 1º de janeiro a 12 de setembro, 5.514 eram de Mato Grosso. Apesar disso, dados oficiais apontam uma redução de algo em torno de 72%, se comparado com o mesmo período de 2010, ano considerado atípico, que registrou de janeiro a 12 de setembro 21.041 focos.
Os municípios campeões em queimadas são: Gaucha do Norte, 322; Marcelândia, 310; Nova Ubiratã 234; Campinapólis, 219; Cáceres, 82. Mato Grosso está à frente de Minas Gerais, 3670; Bahia, 3285;, Tocantins, 2737 e Pará com 2611. Apesar da redução, os dados preocupam as autoridades, uma vez que, neste ano, apesar de números menores, Mato Grosso tem registrado um crescimento mês a mês.
Fonte: 24 Horas News
