Um incêndio de grandes proporções que atingiu o Pantanal de Mato Grosso já destruiu cerca de 2,8 mil hectares na região da cidade de Poconé. As chamas tiveram início há menos quatro dias. Um avião deve auxiliar no combate ao fogo.
“Ainda não sabemos a causa do incêndio. O fogo atingiu principalmente área de pastagem. Acredito que a conscientização é o item principal para que ocorra a diminuição dos incêndios florestais no estado”, afirmou ao G1 João Paulo Nunes de Queiroz, comandante do Corpo de Bombeiros.
Fazendeiros que moram na região dizem que o incêndio teve início após uma árvore cair em cima da fiação de energia elétrica, tendo ocorrido um curto-circuito. Responsável pelo setor elétrico em Poconé, a Energisa informou que pode cortar árvores que estejam a até 7 metros de distância de locais por onde a fiação passa. Além dessa distância, as árvores só podem ser podadas.
Não há, no entanto, informações concretas que respaldem a ideia de que a árvore caiu de fato – seja por ter sido queimada ou até mesmo cortada.
Como a temperatura na região está alta e o clima está bastante seco, os incêndios florestais encontram o ambiente propício para se alastrarem rapidamente, destruindo a vegetação e causando a morte de animais silvestres. De acordo com o Climatempo, a última chuva registrada na região, em 11 de junho, contou com apenas 4 milímetros de água. Há 146 dias, não cai nenhuma chuva forte sobre Poconé, que registrou precipitação significativa, com 10 milímetros, em 20 de março.
No ano passado, a maior queimada da história destruiu 4 milhões de hectares do bioma, o que corresponde a 26% do Pantanal. Cerca de 4,6 bilhões de animais foram prejudicados pelos incêndios e ao menos 10 milhões morreram. “No ano passado essa cena foi mais comum. O pantanal é o bioma que mais queimou nos últimos 36 anos. Já queimou 57% da sua área em pouco mais de três décadas, o que coloca o bioma em risco”, afirmou ao G1 a diretora de Ciência do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM), Ane Alencar.