Pelo segundo ano consecutivo, os incêndios no Pantanal de Mato Grosso ameaçam o Parque Estadual Encontro das Águas (PEEA), na região de Porto Jofre. O local, considerado o maior refúgio de onças-pintadas do mundo, sofre com o fogo há pelo menos quatro dias. Aeronaves e equipamentos são utilizados no combate às chamas.
Animais mortos e feridos já foram encontrados na região, mas ainda não há um levantamento oficial que indique o número e as espécies de animais sem vida ou queimados durante os incêndios.
Por se tratar de uma região de difícil acesso, a principal frente de combate ao fogo se dá através de dois aviões contratados pela Defesa Civil e dois pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). No entanto, brigadistas também atuam em terra.
Para socorrer animais feridos ou em risco, voluntários do Grupo de Resgate de Animais em Desastres (GRAD) permanecem no local. Após o resgate, os animais são encaminhados para tratamento.
As condições climáticas, no entanto, dificultam o combate ao fogo, já que as altas temperaturas e a baixa umidade facilitam a propagação das chamas. Com a escassez de chuva, a vegetação fica seca e pega fogo rapidamente. Para piorar, previsões apontam possibilidade de chuva de apenas 5%, segundo o Inpe.
Sem tempo para se recuperar dos incêndios sem precedentes que atingiram o Pantanal no ano passado, o bioma novamente sofre com as chamas. Em 2020, 85% do Parque Estadual Encontro das Águas foi destruído e onças foram resgatadas com queimaduras. De acordo com Instituto Centro Vida (ICV), 92 mil dos 108 mil hectares da reserva ambiental foram devastados.