Cinco dias de queimada consumiram mais de 300 metros quadrados de mangue e pasto e deixaram um prejuízo incalculável com perdas de fauna e flora na cidade de São Caetano de Odivelas, nordeste paraense. Centenas de árvores foram reduzidas a cinzas e vários animais estão mortos. Desde a última quinta-feira, um incêndio ilegal iniciado em um pequeno roçado se alastra pelo Mangal Grande, uma área de perservação ambiental.
“É uma das coisas mais tristes que eu já vi, e o pior é que fogo está totalmente fora de controle”, diz um morador da cidade que denunciou o incêndio.
“Precisamos de ajuda. As chamas estão quase chegando à beira da pista e é questão de pouco tempo para que todo o mangue venha abaixo”, disse ele.
Apesar da gravidade do incêndio, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) ainda não havia sido acionado oficialmente para acompanhar o caso e, portanto, nenhum agente do órgão fora encaminhado ao local.
“Ainda não recebemos nenhuma denúncia oficial sobre o incêndio. Se não formos notificados, não temos como buscar apoio de outras equipes de Bombeiros e também pressionar a prefeitura na busca de um plano de ação mais efetivo no combate às chamas”, diz o chefe de Fiscalização do Ibama no Pará, Paulo Fabrício Vieira Franca.
O atraso pode acarretar prejuízos ainda maiores ao meio ambiente e à população que vive às margens do mangue.
“Quanto mais demorada a ação conjunta de combate ao incêndio, maior o estrago que o fogo vai causar. Mesmo com ações de recuperação e reflorestamento, um mangal demora, em média, dez anos para se recuperar de uma degradação”, diz.
Fonte: O GLOBO