Um incêndio de grandes proporções está consumindo o coração do Parque Natural de Montesinho. De acordo com a Autoridade Nacional de Proteção Civil, o incêndio deflagrou nesta terça-feira, às 14h39, do outro lado da fronteira, mas rapidamente se propagou a Portugal.

As autoridades municipais da proteção civil, que estiveram no local ao final da tarde desta terça-feira, estimavam que, só do lado português da serra, terão ardido entre mil a 1500 hectares, sobretudo de mato.

A zona da Lama Grande, perto da aldeia de Montesinho, e onde se situa a barragem da Serra Serrada, a que abastece de água a cidade de Bragança, está já toda consumida pelas chamas.

No entanto, Rui Caseiro, vereador da câmara brigantina, assegura que o abastecimento à cidade não será comprometido. “A conduta que temos naquele local não foi afectada e a água da barragem também não deverá ser contaminada. Para além disso, toda a água que sai dali passa pela Estação de Tratamento de Água”, frisou ao Público.

No local, e ao final do dia, estavam 29 homens apoiados por sete veículos e uma máquina de rasto. Durante toda a tarde estiveram também a operar, segundo a ANPC, um avião Canadair e dois helicópteros pesados espanhóis.

Ao cair da noite, os bombeiros tentavam conter as chamas antes da aldeia de Soutelo, na vertente sudoeste da serra.

Rui Caseiro admitia, no entanto, “uma grande perda de fauna”, sobretudo coelhos, para além do mato que ardeu.

Recorde-se que aquela é uma zona protegida devido à fauna e flora, o que tem inviabilizado a construção de uma segunda barragem para abastecimento de água à cidade de Bragança que, nesta altura, está já a recorrer, pela primeira vez, às reservas que deveriam ser utilizadas apenas no Verão.

Este ano, e só no mês de Fevereiro, a Proteção Civil distrital registava um aumento de 500 por cento do número de ocorrências, em comparação com o mesmo período do ano passado. Esta é a maior.

Fonte: Público