Um incêndio destruiu uma larga extensão da Área de Preservação Ambiental (APA) de Setiba, em Guarapari, no Espírito Santo, ao longo de quase todo o domingo (17). As chamas foram combatidas por equipes dos bombeiros e de agentes ambientais que atuam no Parque Estadual Paulo César Vinha. As estimativas apontam que o local atingido tenha cerca de dez hectares de área – aproximadamente dez campos de futebol. Os trabalhos de combate continuam a partir da manhã desta segunda-feira.
O alarme partiu de motoristas que trafegavam pela Rodovia do Sol (ES 060). Por volta das 12h30m de domingo, bombeiros e Polícia Militar acumulavam chamadas de celular denunciando fogo na mata. Um helicóptero da Secretaria Estadual de Segurança deu apoio às equipes, despejando água recolhida de uma lagoa próxima sobre os pontos mais críticos, situados dentro de trechos de mata densa.
Foram empregados cerca de 20 homens e mulheres na ação. Como o fogo se espalhou com rapidez para longe da rodovia, as equipes tiveram que ser divididas. A areia fofa e a mata impediram a aproximação de veículos. A solução foi o emprego de bombas costais, enxadas e abafadores.
Pela direção do vento e condições da vegetação, acredita-se que o foco tenha se originado em uma pequena concentração de eucaliptos às margens da rodovia. Bombeiros e agentes do Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema) reclamaram da presença de pneus e material plástico jogados perto da estrada. Próximos de alagados havia terreno turfoso, criando uma dificuldade adicional. Rica em matéria orgânica, a turfa pode arder no subsolo, reacendendo o fogo até dias depois.
“Se novas bombas não tivessem chegado semana passada teria sido bem pior”, afirmou a auxiliar administrativa Juliana Kruger, que saiu do escritório do parque para ajudar.
O risco maior é que novos focos surjam com a mudança de vento. A época é considerada favorável: estiagem, calor, vento constante e vegetação seca acumulada.
Localizada ao lado do Parque Paulo César Vinha, a APA de Setiba serve como zona de amortecimento e transição entre a área protegida e os trechos ocupados pelo homem. Com vegetação de restinga, no local vivem aves, pequenos mamíferos e répteis.
Fonte: O Globo