O desmatamento da Amazônia reduz a capacidade da floresta de atrair e reciclar a água da chuva, diminuindo a quantidade e a regularidade das precipitações na região e em áreas mais distantes.
A Amazônia é a maior floresta tropical do mundo, abrangendo cerca de 59% do território brasileiro e parte de outros oito países sul-americanos. Além de abrigar uma rica biodiversidade, a floresta desempenha um papel fundamental na
regulação do clima e no ciclo de chuvas de toda a América do Sul e até de outras regiões do planeta. No entanto, nos últimos anos, a Amazônia vem sofrendo com altos índices de desmatamento e queimadas, que ameaçam sua integridade e seus serviços ecossistêmicos.
Um dos principais mecanismos que a floresta utiliza para influenciar o clima é o fenômeno dos rios voadores, que são massas de ar úmido que transportam a umidade evaporada do oceano Atlântico para o interior do continente. Ao chegar na Amazônia, essa umidade se transforma em chuva, que é devolvida para a atmosfera pela transpiração das árvores e plantas.
Esse processo se repete várias vezes, formando correntes de vapor que seguem para o oeste e depois, ao encontrar a Cordilheira dos Andes, mudam de direção para o sul. Assim, os rios voadores contribuem para as chuvas nas regiões Centro-Oeste, Sul e Sudeste do Brasil, além de outros países como Bolívia, Argentina e Paraguai.
O desmatamento da Amazônia é um grave problema ambiental que traz consequências não apenas para a biodiversidade, mas também para o regime de chuvas e o clima do Brasil e do mundo. Segundo um estudo publicado na revista Nature Climate Change, a perda de floresta na região pode reduzir em até 12% a precipitação na América do Sul e em até 5% na Europa e na África.
Quando a floresta é desmatada ou queimada, ela perde sua capacidade de atrair a umidade e de reciclar a água da chuva. Isso reduz a quantidade e a regularidade das precipitações na região e em áreas mais distantes. Além disso, o desmatamento aumenta a emissão de gases de efeito estufa, como o dióxido de carbono (CO2), que contribuem para o aquecimento global. A floresta amazônica é um importante sumidouro de carbono, pois retira esse gás da atmosfera pela fotossíntese e o armazena na biomassa vegetal. Sem desmatamento e queimadas, a Amazônia brasileira seria capaz de absorver 0,19 bilhões de toneladas de CO2 por ano.
Quando a floresta amazônica é derrubada, o processo hidrológico é enfraquecido e o clima se torna mais seco e quente. Isso pode afetar a produção agrícola, a geração de energia hidrelétrica, a saúde humana e a biodiversidade.
As consequências do desmatamento da Amazônia são graves e variadas. Entre elas, podemos citar:
- Alteração do funcionamento dos ecossistemas;
- Perda da biodiversidade e dos recursos naturais;
- Prejuízos econômicos e sociais para as populações locais e regionais;
- Impacto na fertilidade do solo e nos ciclos hidrológicos;
- Aumento das temperaturas médias e dos eventos climáticos extremos;
- Crescimento das taxas de nascimentos prematuros;
- Aumento de mortes e doenças respiratórias nas pessoas e nos animais.
Diante desse cenário, é urgente adotar medidas para conter o avanço do desmatamento na Amazônia e promover o uso sustentável dos recursos naturais. Além disso, é necessário investir em fiscalização, monitoramento, educação ambiental e incentivos econômicos para a conservação da floresta.
Somente assim será possível garantir a sobrevivência da Amazônia e dos benefícios que ela proporciona para o Brasil e para o mundo.
Fonte: Instituto Humanitas Usinos