A expansão do homem no meio urbano reflete também na vida silvestre. Animais selvagens sofrem com a ocupação do ambiente pelo homem e esse contato gera um atrito entre ambos.
A reação do ser racional, em muitos casos, é tentar agredir ou matar o animal. “Seja pelo medo da presença do animal ou simplesmente em um ato de falta de respeito, registramos em Toledo elevados números de agressões a animais selvagens, sejam estas propositais ou não”, descreve o médico veterinário e professor da PUCPR, Helber Parchen.
Aqueles que escapam com vida são socorridos por servidores do Instituto Ambiental do Paraná (IAP) que os encaminham para atendimento no Hospital Veterinário da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), campus Toledo.
Só em 2013 foram 20 atendimentos realizados em quatis, cobras, pássaros, jabutis, macacos e outros. Porém, o índice de reabilitação destes animais é baixo. Dos casos atendidos, nove morreram por não suportar a agressão e tampouco a vida em cativeiro. De acordo com o médico veterinário, a transição da vida em liberdade para a de cativeiro – mesmo que temporária – gera um estresse muito alto no bicho, que tende a não se alimentar e ficar cada vez mais debilitado. “Até mesmo a manipulação com o animal intensifica o nível de estresse”, complementa.
O médico veterinário afirma também que a “mimetização da alimentação natural e o próprio grau de debilidade que o animal chega para atendimento são empecilhos para uma boa recuperação e possível reintrodução à natureza”.
Para Parchen é fundamental que ações de conscientização e responsabilidade ambiental sejam difundidas à população. “O sucesso na reabilitação dos animais é baixo. Também, o tratamento é laborioso, multidisciplinar e custoso. Desta forma, é necessário que as pessoas conscientizem-se da importância dos animais na natureza, bem como no respeito ao ambiente e à vida em geral”.
Fonte: Jornal do Oeste