A filmagem perturbadora foi feita pela ONG Animal Aid nas instalações do matadouro Farmers Fresh, em Wrexham, no País de Gales
Por Eliane Arakaki
O cotidiano de matadouros, fazendas de criação e granjas já foi flagrado e documentado inúmeras vezes, denunciados por ONGs e grupos de proteção animal que por meio de investigações secretas conseguem expor ao mundo a realidade desses “antros de morte”.
Nesta última denúncia, uma câmera escondida capturou imagens em um matadouro mostrando ovelhas sendo jogadas de costas com toda violência, pisoteadas e mortas de forma cruel em um matadouro galês, provocando uma investigação sobre bem-estar animal.
A filmagem angustiante, capturada por ativistas da ONG Animal Aid, também mostra uma ovelha enfiando a cabeça e ficando presa na correia transportadora (esteira rolante), enquanto uma segunda é agarrada e espancada quando tenta fugir.
Uma investigação no matadouro Farmers Fresh, em Wrexham, no País de Gales, foi lançada pela Foods Standard Agency, responsável por monitorar como eles tratam os animais.
Atenção, imagens fortes:
Também ocorre quando o governo galês continua se recusando a tornar obrigatória a instalação de câmeras de vigilância interna nos matadouros, apesar de já ser um requisito na Inglaterra e na Escócia.
A filmagem perturbadora, divulgada exclusivamente para o Daily Mail, mostra ovelhas tentando se esconder em um canto, enquanto os trabalhadores as arrastam pelas pernas e pescoço para uma correia transportadora para serem mortas.
Também é mostrado um funcionário espancando as ovelhas para impedir que elas escapem, enquanto uma delas é arremessada na esteira transportadora de cabeça para baixo e deixada se debatendo com as pernas agitando-se no ar.
O tratamento grosseiro dispensado às ovelhas momentos antes de sua morte continua mesmo quando um veterinário entra na sala.
Quando atingem o topo da esteira, as imagens mostram as ovelhas sendo espetadas repetidamente na cabeça e nas pernas por ganchos afiados antes que suas patas traseiras sejam presas a uma segunda correia transportadora.
Atordoamento inadequado de ovelhas significa que elas ainda podem estar conscientes quando sua garganta é cortada pela máquina.
O gerente de campanha da ONG Animal Aid, Tor Bailey, disse: “Nesta fábrica de matança acelerada, os problemas eram extensos e generalizados”.
“A crueldade praticada pelos trabalhadores é flagrante, mas acreditamos que a administração e o veterinário do matadouro também são imensamente culpáveis, pois falharam em impedir que esses incidentes chocantes ocorressem”.
“Sem nossas câmeras secretas instaladas, essa situação terrível poderia ter continuado, sem controle algum, sabe-se lá por quanto tempo”.
“Estamos pedindo ao governo galês que introduza circuito interno de câmeras de vigilância obrigatório monitorado de forma independente e sem demora em todo o país.”
Depois de ver as imagens, um porta-voz da FSA (Departamento de Vigilância) disse que eles têm funcionários no matadouro permanentemente para monitorar o bem-estar dos animais e introduziram verificações adicionais.
“Agimos rapidamente para aumentar nossa presença no matadouro mostrado nas filmagens e introduzir verificações adicionais e garantir que o bem-estar animal estivesse sendo protegido”.
O departamento responsável afirma que uma investigação criminal foi iniciada e está em andamento.
Vidas e não produtos
Animais são seres sencientes, capazes de sentir, sofrer, criar vínculos profundos e compreender o mundo ao seu redor.
O desespero desses animais em relutar ao serem colocados na esteira rolante que os levaria a morte é um claro sinal de que sabiam o que os esperava.
O cheiro de sangue, o desespero dos demais, a agressividade dos funcionários, tudo isso contribui para que o sofrimento dessas ovelhas e de todos os animais em matadouros seja extremo e esmagador.
Infelizmente a crença especista* de que esses seres são inferiores aos seres humanos e por isso podem ser explorados e mortos, leva a cenas como as mostradas nessa matéria.
A melhor maneira de ajudar os animais e evitar esse tipo de sofrimento imposto a eles é adotar uma alimentação vegana. Deixando de criar demanda para este mercado sádico, mostramos respeito ao animais e ainda contribuímos com o planeta.
*O termo especismo foi criado em 1970 por Richard D. Ryder um psicólogo, defensor dos direitos animais e escritor britânico, que usou o termo para definir a forma de discriminação que se baseia na ideia de que pelo fato do ser humano considerar outros seres inferiores, ele ignora seus interesses em não sofrer, inclusive negando-lhes o direito à vida.
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