Os servidores do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) buscam apoio do Ministério Público para acabar com os atropelamentos de animais silvestres na região do entorno da Reserva Biológica (Rebio) de Sooretama, cortada pela BR-101 Norte. Após inúmeras tentativas de conter os atropelamentos, a média diária de mortes é de duas a três mortes de animais silvestres, por dia.

A informação é que além da grande movimentação de carros e caminhões que passam pelos cinco quilômetros de estrada asfaltada no meio da Rebio, os túneis que os animais deveriam utilizar para atravessarem de um lado a outro da reserva precisam ser readaptados.

No ano passado, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) já limitou a velocidade no trecho em 60 quilômetros por hora (km/h) e instalou placas e faixas contínuas nos 5 km da BR. Outra medida foi adotada este mês, com a instalação de tachões no mesmo percurso.

Mas, para alcançar a redução do impacto do trânsito de veículos sobre a Unidade de Conservação e sua flora, os servidores defendem a implantação de sonorizadores, redutores de velocidade (lombadas eletrônicas) e a readequação de passagens subterrâneas para a circulação da fauna.

Placas informando sobre a existência da Unidade de Conservação, a intensificação de campanhas educativas, a implantação de um programa continuado de monitoramente da fauna atropelada e estruturação de um centro de atividade vídeoeducativa também são providências cobradas pelos servidores.

Em média, são mortos anualmente no trecho da Rebio uma média de 500 animais, entre os quais mais de 150 espécies de mamíferos. Em um espaço de sete anos, contados até o ano de 2009, três onças já haviam sido atropeladas neste trecho.  Veículos passam pela região a mais de 120 quilômetros, sem dar chance aos animais.

Em 2009, a promessa era de que um estudo, elaborado entre Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (Dnit), ICMBio, Polícia Rodoviária Federal e Ministério Público Federal proporcionaria a diminuição dos atropelamentos. Na ocasião, a necessidade de instalação de redutores de velocidade na região já havia sido apontada pelo relatório da Promotoria Federal de São Mateus.

O Ministério Público Federal (MPF/ES) do município chegou a pedir aos ministérios dos  Transportes  e do  Meio Ambiente  que adotassem medidas para evitar os atropelamentos de animais silvestres no  trecho  da  rodovia  federal  BR-101.

No mesmo ano, a informação da Rebio era que ocorria uma média de 1,91 atropelamentos de animais por dia na região. Dentre eles, espécies  ameaçadas  de  extinção  como  a  onça-parda,  também  conhecida  como  suçuarana, além de tamanduás, saguis-da-cara-branca,  raposas, macacos  da  noite,  furões,  gambás,  jaguatiricas, corujas e cotias. Os acidentes ameaçam a preservação do bioma mata atlântica.

De acordo com as informações do ICMBio, há estudos que identificam a existência de entre nove e dez onças que vivem no trecho de mata atlântica, nas reservas de Sooretama e da Vale, em Linhares, ambas localizadas às margens da rodovia BR 101 – Norte e ameaçadas pelo problema.

Fonte: Seculo Diario