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Ibama e Polícia Federal procuram homens que mataram onça-preta com remo

21 de maio de 2015
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Foto: Reprodução
Foto: Reprodução

Um vídeo amador que circula recentemente na Internet mostra três homens em uma embarcação agredindo cruelmente duas onças-pretas com remos enquanto os animais atravessavam um rio. Uma delas consegue escapar, enquanto a outra é perseguida incessantemente até a morte.
Não há informações oficiais sobre onde ocorreu o fato e quem seriam os agressores. A gravação “viralizou” na Internet e foi exibida em vários programas de tevê. As imagens são perturbadoras e revoltam seus espectadores, o que fica claro em comentários nas redes sociais.
Há rumores de que o vídeo teria sido gravado por pescadores no Pantanal, porém a informação é incerta, segundo o diretor executivo do Instituto SOS Pantanal, Felipe Augusto Dias.
“É um crime bárbaro, sem dúvidas, mas há poucas chances de ter ocorrido na Bacia do Alto Paraguai, onde está localizado o Pantanal. Trata-se de um animal raro nessa bacia hidrográfica; e a paisagem, apesar do plano de filmagem ser muito fechado, com essa composição de pedras e corredeiras, largura do rio e coloração da água, difere da nossa região. São poucos os rios que drenam para o Pantanal que têm essas características”, explica Felipe.
“Mata direito que onça não é brinquedo!”
As imagens foram analisadas por um especialista que pediu anonimato. Ele sugere que o vídeo tenha sido feito por ribeirinhos da região amazônica, por indícios como o tipo de remo, a paisagem, os traços físicos dos homens e o sotaque dos envolvidos. “Os homens falam português claro e em alguns momentos dizem expressões indígenas; a embarcação, do tipo voadeira, é muito bem equipada com dois motores, normalmente utilizada em pesca amadora”.
Outro forte indício é que as onças-pretas ocorrem mais em áreas de florestas densas e fechadas, como a Floresta Amazônica. A onça-preta é da mesma espécie da onça-pintada (Panthera onca) e consta na lista de espécies ameaçadas de extinção do ICMBio, na categoria vulnerável.
O Ibama está investigando o caso e, por meio de sua assessoria de comunicação, informou que já foram encontradas algumas pistas. O órgão informou também que a presidente recém-empossada, Marilene Ramos, está empenhada na resolução do caso e aguarda a finalização das investigações.
Segundo o órgão, quando encontrados, os infratores estarão sujeitos a pena administrativa, que pode chegar a R$ 5 mil reais por cada animal atacado, e responderão criminalmente pela infração. A pena é aumentada de metade se o crime é praticado contra espécie rara ou considerada ameaçada de extinção, ainda que somente no local da infração. A pena está prevista no artigo 29 da Lei nº 9605/98 (Lei de Crimes Ambientais).
Para Ronaldo Gonçalves Morato, coordenador do CENAP – Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Mamíferos Carnívoros – há uma mobilização de todos os setores competentes devido à crueldade exposta no vídeo. “As pessoas estão indignadas não só pela perseguição, mas pelos requintes de crueldade explícitos no vídeo, o que agrava o caso. Por tudo isso há um anseio para que os infratores sejam identificados, localizados e recebam punição exemplar. Até porque é bem provável que esse tipo de crime venha ocorrendo com mais frequência, porém sem ser registrado em vídeo”.

Fonte: O Eco 

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